Confira dicas para cada tipo de pele
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Com os termômetros em queda, a pele dá sinais de que precisa de mais atenção. E não é para menos. O frio, a baixa umidade do ar e os banhos quentes tão irresistíveis quanto prejudiciais alteram a barreira natural da pele e podem desencadear ressecamento, sensibilidade e até episódios de dermatite. A boa notícia? Com algumas escolhas conscientes e uma escuta atenta ao que o seu corpo pede, é possível atravessar o inverno com mais conforto, equilíbrio e saúde dermatológica.
O ponto de partida parece simples, mas essencial: hidratação. E ela deve vir de dentro para fora. Beber água, mesmo quando o frio tira a sede de cena, continua sendo importante. Na rotina de cuidados, o ideal é apostar em produtos que respeitem a fisiologia da pele, sem excessos.
“Os biocosméticos são formulados com ingredientes que mimetizam a composição natural da pele, como óleos vegetais, extratos de plantas e vitaminas. Isso significa que eles são mais biocompatíveis e têm menor risco de causar irritações ou alergias”, explica Leliano Correa, fundador da Maitá, marca de biocosméticos. De acordo com a Dra. Vanessa Noronha, especialista em estética, manter a hidratação adequada é essencial para evitar que a umidade da pele fique comprometida. “É essa hidratação que previne prurido, rachaduras e alterações no tom da pele, principalmente na face e extremidades. Os agentes reparadores da barreira cutânea atuam nutrindo e protegendo”, orienta a fundadora da Casa Biot.
Mas cada tipo de pele responde de forma diferente às mudanças do clima e merece uma atenção personalizada.
Pele madura: nutrição com foco em regeneração
Mais fina e com produção de sebo naturalmente reduzida, a pele madura costuma sentir o impacto do inverno com mais intensidade. Nesse caso, ativos como ácido hialurônico, ceramidas e peptídeos ajudam a reforçar a barreira cutânea e manter a hidratação. O bakuchiol, versão vegetal do retinol, também é bem-vindo para quem busca firmeza e luminosidade.
“No inverno, a pele madura responde melhor a ativos que equilibram nutrição e regeneração, mas sempre com fórmulas limpas e eficazes”, afirma Leliano. Vanessa reforça que é importante proteger a pele sem pesar. Segundo ela, “a pele madura é mais fina e sofre com a falta de colágeno e elasticidade. Por ter pouca troca de calor, sente ainda mais as baixas temperaturas”. A especialista alerta que é difícil recomendar um hidratante sem conhecer a pele de cada paciente e as necessidades individuais.
Ela chama atenção também para o fotoenvelhecimento, que merece destaque mesmo em dias nublados. “As pessoas esquecem que o tempo nublado também prejudica a pele. Fotoproteção e hidratação profunda são fundamentais para peles maduras”, afirma. Outro ponto comum, segundo Vanessa, é o uso de produtos inadequados: “Muita gente usa o mesmo creme no rosto e no corpo, com loções compradas em supermercados ou revistas de cosméticos, que podem não entregar a nutrição necessária. O resultado é uma pele craquelada e maquiagem sem sucesso”, diz.
Pele mista: equilíbrio é palavra-chave
Quem tem pele mista já conhece o desafio: oleosidade na zona T, ressecamento nas laterais. E no frio, essa diferença tende a se acentuar. A dica é apostar em texturas leves, como séruns com ácido hialurônico e ingredientes calmantes.
“Quanto menos aditivos e perfumes, melhor. Produtos com muitos conservantes e fragrâncias tendem a sensibilizar ainda mais esse tipo de pele”, observa Leliano. Máscaras faciais podem ser grandes aliadas: as de argila funcionam bem na zona oleosa, enquanto as nutritivas ajudam nas áreas secas. Vanessa acrescenta que a limpeza deve ser sempre gentil, sem agressão. “Esfoliação só com indicação de um profissional. Uma limpeza excessiva ou abrasiva no inverno pode causar irritação e manchas”, alerta. Ela destaca que alguns ativos são ideais para remover células mortas e preparar a pele para melhor absorção dos produtos hidratantes. “Óleos de banho são uma opção multifuncional nos dias frios e secos: limpam sem agredir”, indica.
A especialista também faz um alerta sobre o efeito rebote: “Às vezes, quanto mais a pessoa lava, mais oleosa a pele fica. Não se engane: peles mistas e oleosas não precisam de lavagens frequentes durante o dia, mas sim de hidratação adequada e produtos específicos”, recomenda.
Pele normal: foco na manutenção
Quem tem pele normal pode respirar um pouco mais aliviado, mas não deve descuidar. O objetivo é manter o viço natural, com fórmulas leves que preservem a hidratação. Glicerina, alantoína e extratos antioxidantes costumam ser suficientes. E sim, o protetor solar continua sendo indispensável, mesmo em dias nublados.
Vanessa Noronha ressalta que o frio e o tempo nublado não diminuem a necessidade de proteção solar. “O cuidado deve ser reforçado, pois, mesmo sem sol aparente, a radiação UVB pode lesionar a pele”, alerta a especialista.
Pele oleosa: menos é mais
Ao contrário do que muitos pensam, a pele oleosa não está imune aos danos do inverno. O ressecamento superficial pode levar ao famoso efeito rebote: a pele entende que precisa produzir ainda mais óleo para se proteger.
“Nesse cenário, o uso de produtos agressivos pode piorar o quadro. O ideal é limpar de forma equilibrada e manter a hidratação com fórmulas oil-free, que ajudem a regular a função da barreira cutânea sem obstruir os poros”, alerta Leliano. Noronha reforça que poros dilatados, pele com aspecto pegajoso e maior incidência de comedões podem ser resolvidos com uma rotina simples de limpeza e hidratação. Ela também lembra que a alimentação no inverno muda bastante. “O corpo demanda mais calorias para se aquecer, mas é importante evitar alimentos gordurosos e manter uma dieta saudável, que ajuda bastante no autocuidado”, aconselha.
Cuidados que valem para todo mundo
Além das escolhas personalizadas, algumas orientações servem para todos os tipos de pele: evitar banhos muito quentes e demorados, usar umidificadores em ambientes fechados e caprichar em uma alimentação rica em gorduras boas e vitaminas.
“O ressecamento é um alerta de que a barreira natural da pele está comprometida. O ideal é agir com consciência, escolhendo produtos que cuidem da pele e também do planeta”, destaca Leliano.Para Vanessa Noronha, o inverno também é uma oportunidade estratégica para investir em tratamentos estéticos que favoreçam a recuperação e a elasticidade da pele. “O que não pode faltar para qualquer pele nessa estação é uma boa limpeza de pele profissional, além de protocolos como o skinbooster com ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno”, recomenda. A especialista acrescenta que o período é ideal para procedimentos como lasers e peelings químicos. “Vale aproveitar os meses mais frios para esses cuidados e aguardar a próxima estação com a pele renovada”, finaliza.
Mais do que seguir regras rígidas, o inverno pode ser um convite a olhar com mais gentileza para a própria pele entendendo que ela muda, responde, e está o tempo todo sinalizando o que precisa.
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