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Família aponta falta de ambulância e omissão de socorro em S.Caetano

Morador abrirá inquérito contra o Paço após negligência em atendimento

Lays Bento
15/03/2024 | 09:03
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FOTO: Arquivo Pessoal


Em 26 de fevereiro, o advogado Antonio Darcie, 62 anos, encontrou o filho, Vitor Hugo Darcie, 37 anos, desmaiado no box do banheiro e acionou a emergência de São Caetano. Do outro lado da linha, a única resposta que recebeu foi a de que não havia ambulância disponível na cidade naquele momento, meio-dia de uma segunda-feira. Ao questionar o motivo ou possíveis soluções para a urgência, Darcie revela ter ouvido apenas um “não te devemos satisfação”, antes dos bips que encerraria a ligação com o profissional de saúde. Sem respostas da Ouvidoria ou do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) sobre o caso, o próximo passo, segundo o morador, é abrir inquérito contra a Prefeitura. 

O susto começou quando Vitor Hugo encaminhou uma mensagem à família relatando mal-estar. A primeira ação de Antonio foi acionar o número de emergência de São Caetano (SOS Cidadão). “Quem me atendeu, identificou-se como doutora Mônica, me ouviu e então disse com tranquilidade que não tinham ambulância disponível. Como todo cidadão, perguntei o que fazer e questionei como era possível não terem esta estrutura para cobrir justamente urgências. A resposta simplesmente foi ‘não te devemos satisfação’ e então ela desligou na minha cara.

Foi necessária a ajuda de vizinhos de Vitor para achar um um médico, a dois quilômetros, no Hospital São Luiz. Por lá, foram 6 dias de internação, com diagnóstico de pressão baixa e desidratação como consequência do rotavírus, infecção que causa diarreia aguda. 

“É uma vergonha para uma cidade com a arrecadação monetária de São Caetano não haver ambulância. E mesmo que não houvesse, o problema é o descaso em solucionar uma emergência, uma equipe despreparada. Sendo advogado entendo a questão criminalmente como omissão de socorro. Busco respostas da Prefeitura, mas amarga refletir como é para aquelas pessoas que também receberam as costas viradas no atendimento e não sabem ou tem uma forma de buscar justiça e direitos”, diz o pai.

Darcie confirma que no dia do incidente, a equipe retornou ligação por volta das 13h, quando Vitor já era socorrido na rede particular. Ele buscou por telefone e e-mail a Ouvidoria municipal e o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) em 29 de fevereiro, mas nada foi esclarecido até o momento. “Ninguém me informa o sobrenome da tal doutora Mônica, registro médico ou qualquer evidência. Também não confirmam a quantidade de ambulâncias que atuam no município, mesmo sendo de interesse público. Minha intenção não é entrar com ação de dano moral, mas com certeza virá um requerimento de inquérito contra a Prefeitura de São Caetano”, destaca.

Segundo apuração do Diário, dois dias antes (24) do episódio de omissão de socorro relatado pela família, o município abriu sede do SOS Cidadão 156, na Avenida Guido Aliberti. Na ocasião, as divulgações enalteciam “o atendimento de 1,2 mil ocorrências médicas por mês, 127 funcionários na equipe, serviço 24 horas por dia e 7 dias por semana”. 

O Prefeitura não respondeu à solicitação de esclarecimentos feita pelo Diário.




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