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A preservação da vida precisa ser premissa básica de qualquer governo. Desde o início da pandemia, muitas decisões foram controversas. Questões políticas e ideológicas colocaram as informações técnicas sob desconfiança. Até mesmo a vacina, uma conquista dos cientistas, virou objeto de disputa e tema para discussões acaloradas sobre marcas, efeitos e contraindicações.
Hoje, com o avanço da distribuição das doses, é fácil constatar que as substâncias funcionam. Basta ver a redução brusca no índice de pessoas infectadas pelo coronavírus e também a queda no número de mortos em razão da doença.
Passada essa fase, surge uma nova polêmica: será que chegou o momento de abolir o uso de máscaras em locais abertos? O governo do Estado julga que sim, a partir do dia 11. Justifica a decisão com base na estimativa de que até essa data, 75% dos paulistas estarão com a imunização completa.
Os prefeitos de cinco das sete cidades da região acham que ainda é cedo. Preferem aguardar até o fim do ano para depois liberar os moradores de usarem o item de proteção. A decisão tomada por eles encontra eco na opinião de médicos infectologistas, que criticaram a posição do Palácio dos Bandeirantes por receio de que a doença possa ganhar novo impulso, como vem ocorrendo na Europa, que se aproxima da quarta onda.
O governador João Doria, embora contestado em várias ocasiões durante a fase mais aguda da pandemia, inegavelmente lutou pelas vacinas e não exitou ao lançar mão de medidas impopulares. Agora, mais uma vez utiliza a ciência como base para tirar as máscaras. Lembra que o número de internações caiu 90% em relação ao pico da crise sanitária.
Há quase dois anos a população vem sendo submetida a sacrifícios em nome da vida. Neste momento, em que as coisas parecem voltar aos eixos, é preciso ter cautela. Retomar a rotina, mas com segurança. Sem precipitações. Este Diário defende uma retomada econômica com responsabilidade. E, principalmente, com segurança. Com respeito à vida. Mas, antes de tudo, com coerência nas decisões por parte do poder público.
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