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Na vizinhança
03/06/2010 | 07:00
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A Copa do Mundo será na África do Sul, mas o evento movimenta praticamente todos os países da parte Sul do continente. Várias iniciativas foram tomadas nos últimos meses pelos governos dos integrantes da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral por causa do Mundial de Futebol.

A SADC (sigla em inglês para Southern Africa Development Coordination Conference) inclui, além do país-sede da Copa, Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

Nesta semana, chefes de polícia de 13 dos 14 países da SADC (Madagascar não participou) criaram uma força-tarefa para atuar durante a Copa. O foco é fortalecer a fiscalização das fronteiras e reforçar o corpo da guarda sul-africana com policiais dos demais países. As grandes preocupações são o deslocamento de bandidos, atraídos pelos turistas que devem ir para o Mundial, e o tráfico de pessoas.

No início do mês, o governo de Moçambique lançou a campanha Bassopa Moçambique (‘Cuidado, Moçambique' em changana, a língua nativa mais falada no Sul do país). O objetivo é alertar as famílias para a possibilidade de tráfico de seres humanos, especialmente de mulheres e crianças. E evitar o aliciamento delas pelas redes de prostituição e para trabalho barato ou ilegal na África do Sul.

Mas a Copa no país vizinho não traz só preocupações para esse grupo. Dia 28, terminou o curso de capacitação para taxistas na capital moçambicana, Maputo. Eles aprenderam noções básicas de inglês e de como tratar os turista que, esperam eles, virão da África do Sul.

Maputo fica a cerca de 550 quilômetros de Joanesburgo por boa estrada. O trajeto é vencido em cerca de seis horas, contando o trâmite para cruzar a fronteira. Três companhias aéreas fazem o percurso Joanesburgo-Maputo, de 45 minutos, que custa cerca de R$ 500 o trecho.

O Instituto Nacional de Turismo de Moçambique apostou na Copa como chamariz. Aglutinou operadores locais e sul-africanos para conseguir preços melhores de hotéis, traslados e serviços. Os pacotes incluem a oferta de visitas a Maputo, aos parques de safári próximos (alguns a menos de 100 quilômetros) e às belíssimas praias de Vilanculo, no centro do país, e de Pemba, ao Norte. Mas o novo terminal do aeroporto de Maputo, ainda em construção, não ficará pronto a tempo.

Até a estatal de energia elétrica moçambicana lucrou com a Copa na África do Sul. A EDM (Electricidade de Moçambique) vai alocar quota adicional de 50 megawatts ao vizinho entre 11 de junho e 11 de julho.

Na última reunião da Souther African Power Pull - grupo que congrega as empresas de eletricidade da SADC - foi anunciado que todas se comprometeram a usar suas redes de produção, transporte de energia e competência técnica para apoiar a África do Sul caso seja necessário.

Dicas Importantes

No aeroporto, saiba que, se você aceitar ajuda de algum funcionário, é melhor ter trocado para gorjeta. Até 10 randes (R$ 2,70) está de bom tamanho.

O maior erro de um turista é não ir à Table Mountain. Vá, de preferência a pé, e desça de cable car (bondinho).

Antes de chegar à África tenha randes em espécie e, de preferência, adquira um cartão de débito internacional (oferecido por companhias como a Confidence), além de seu cartão de crédito convencional. As leitoras de cartão nem sempre funcionam bem por aqui. É bom se prevenir para evitar problemas.

Se tem pouco tempo pra ficar na cidade, não deixe de fazer o tour com o red bus. Pagando 120 randes (cerca de R$ 32), você faz um passeio geral vendo de tudo um pouco, com 17 pontos de parada, como Waterfront, Table Mountain, Centro, Camps Bay e Clifton. Você pode parar a qualquer momento e pegar o próximo ônibus - que passa de 20 em 20 minutos - sem pagar nada.

Não estranhe se ouvir ou ver escrito no recibo de um restaurante um ‘obrigado'. Os sul-africanos adoram brasileiros - sempre em peso, sobretudo os estudantes de inglês - e fazem questão de recebê-los bem, mesmo que com uma referência clichê como Pelé e Rio de Janeiro. Para retribuir a atenção, diga sharp sharp para aquilo que achar muito bom e se esforce em aprender algumas expressões locais. Molo, por exemplo, é ‘oi' em xhosa (a língua do Nelson Mandela). Dankie é obrigado em africâner.

Principal referência turística da Cidade do Cabo, a V & A Waterfront merece ao menos uma tarde inteira. Além de poder almoçar em bons restaurantes, como o Ocean Basket - com peixes deliciosos -, e conhecer as muitas lojas, você terá contato com algumas das manifestações artísticas sul-africanas. Apresentam-se regularmente lá grupos de jazz, rock e folclore - estes últimos são formados geralmente por pelo menos dez pessoas e cantam temas sul-africanos à capela (sem acompanhamento instrumental) ou com instrumentos de percussão. É de arrepiar.

O centro da Cidade do Cabo é muito movimentado e, como em uma grande cidade, merece atenção. O trânsito em alguns pontos chega a ser complicado, especialmente para pedestres. O cuidado com a segurança pessoal, por aqui, é a mesma que se deve ter quando se visita qualquer cidade turística brasileira.

Se você quiser fazer um safári, existem muitas empresas de turismo que propõem trajetos a parques espalhados por todo o País. O mais conhecido é o Krueger, que está bem longe da Cidade do Cabo, em Nelspruit - uma das cidades-sede da Copa do Mundo 2010. Mas por aqui, a nova mania entre os turistas é fazer safáris menos turísticos em países vizinhos, como a Namíbia.

Para entrar na África do Sul, o turista brasileiro não precisa de visto se for permanecer por até três meses. Recomendação é estar com o passaporte em dia e retirar o certificado internacional de vacina contra febre amarela na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitário), que conta com unidade no Aeroporto de Guarulhos.




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