Treinador quer controlar trabalho da imprensa e monitorar
presença de torcedores nos treinos para a Copa do Mundo
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Os erros do passado parecem ecoar na cabeça de Dunga às vésperas do Mundial. A tumultuada preparação brasileira para a Copa do Mundo de 2006, realizada em Weggis, na Suíça, ainda persiste na lembrança e os exageros cometidos serviram de ensinamentos para que, desta vez, o Brasil tenha concentração mais tranquila.
Na África do Sul, Dunga prepara uma série de restrições à cobertura jornalística no ambiente da Seleção. Os treinos, antes mostrados ao vivo, serão fechados, pelo menos os táticos. O acesso aos jogadores será controlado e humoristas terão limitações.
"Queremos privacidade para realizar o trabalho, sem oba oba ou confusões. Nós sabemos que a cobrança em torno do Brasil será enorme e nossa única opção é vencer a Copa ", argumenta o treinador.
A presença de torcedores nos treinos também será monitorada. Dunga quer evitar todos os tipos de excessos e blindar os jogadores. O hotel escolhido para a preparação do Brasil em terras africanas está sendo construído de acordo com essas necessidades. Em prol da conquista do Mundial, Dunga parece disposto a peitar até mesmo a emissora que detém os direitos de transmissão.
Para não vazar nenhum tipo de informação ou proporcionar à imprensa munição que possa tumultuar o ambiente, será oferecido aos jogadores treinamentos para se relacionarem com os jornalistas (media training), recurso que o próprio Dunga tem utilizado há alguns meses.
A proteção é tão grande que o treinador se antecipou deixando claro qual será o cenário que deseja na África do Sul. "Quero até pedir desculpa ao torcedor porque ele não terá tanta informação da Seleção. Vamos querer privacidade para realizar um bom trabalho. Usaremos as informações de 2006 para não cometer os mesmos erros e ter um time mais concentrado", explicou.
Essa postura do treinador pode justificar algumas escolhas na convocação, já que foram privilegiados os jogadores que estão no grupo há algum tempo - exceto o atacante Grafite - e que, portanto, estão sendo lapidados para que possam corresponder às necessidades do comandante. As iniciativas de Dunga têm o aval do presidente da CBF, Ricardo Teixeira que foi um dos que mais criticou as extravagâncias realizadas na preparação para a Copa de 2006.
Desta vez, pelo jeito, a Seleção está sendo preparada para encarar uma Guerra, literalmente.
Risco de lesões preocupa o Brasil
Pelo menos 14 jogadores convocados pelo técnico Dunga para a Copa do Mundo ainda terão compromissos decisivos por suas equipes antes de focarem o Mundial. E nenhum deve tirar o pé, o que aumenta o risco de lesões.
A maior preocupação é com a base defensiva, formada pelo goleiro Júlio César, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Lúcio. Os três vão defender a Inter de Milão na disputa do título da Liga dos Campeões contra o Bayern de Munique, dia 22, em Madri.
Antes, porém, o trio entra em campo domingo pela última rodada do Campeonato Italiano. A Inter tem dois pontos de vantagem sobre a Roma, dos convocados Doni, Juan e Júlio Baptista, e será campeã se vencer o Siena.
Daniel Alves, do Barcelona, Kaká, do Real Madrid, Luís Fabiano, do Sevilla, Michel Bastos, do Lyon, Elano, do Galatasaray, Gilberto, do Cruzeiro, Kleberson, do Flamengo e Robinho, do Santos, também terão partidas decisivas.
Ontem, no Maracanã, onde o Flamengo enfrentou o Universidad, pela Libertadores, Dunga foi homenageado pela torcida rubro-negra pela não convocação de Adriano.
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