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Comércio contabiliza danos com chuvas

Há lojas do Centro de S.Bernardo em que o prejuízo dos comerciantes chegou a R$ 50 mil com as inundações

Evandro Enoshita
Diário do Grande ABC
30/01/2010 | 08:20
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As constantes inundações causadas pelas chuvas que caem desde dezembro estão causando sucessivos prejuízos para os comerciantes do Centro de São Bernardo. Há lojas em que os danos alcançaram o valor de R$ 50 mil em apenas uma das cheias.

Este foi o caso do empresário Armando Abdouni, 52 anos. Na manhã de ontem, ele acompanhava a instalação de uma comporta mais alta na loja de móveis da família, na Rua Jurubatuba. "Há duas semanas, a água ultrapassou o nível da comporta e a loja ficou inundada. Perdemos vários móveis. Mesmo as poltronas que conseguimos resgatar terão de ser vendidas com descontos de até 70%, porque tivemos que lavá-las", destacou.

A cerca de um quilômetro dali, na Avenida Faria Lima, o gerente de um centro automotivo teve de suspender as férias para contabilizar as perdas na loja, que permaneceu fechada por quatro dias nesta semana devido às enchentes.

"Ainda não tenho ideia do que perdi. A água estragou muitas peças e equipamentos. Só as máquinas de balanceamento e alinhamento custam R$ 20 mil", afirmou o gerente, que preferiu não se identificar, com medo de que os clientes se afastassem da loja ao saber dos danos às instalações.

O medo de perder fregueses é preocupação constante também para Daniele Mareze, 35. Dona de uma loja de manutenção e venda de eletrodomésticos, ela reclama que o fluxo de clientes diminuiu com as constantes chuvas. "As pessoas estão com medo de sair de casa à tarde e ficarem ilhadas no Centro. As vendas caíram muito", disse. Se não bastasse isso, a loja teve um prejuízo de R$ 30 mil com equipamentos perdidos nas enchentes.

Segundo o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, a entidade está consciente dos problemas enfrentados pelos empresários, mas é preciso esperar a passagem do primeiro trimestre para cobrar o poder público. "Está chovendo mais do que o previsto e a cidade não está preparada. A partir de abril - com o fim da estação chuvosa - vamos começar a cobrar ações para que as enchentes não se repitam", disse Moura.

Procurada, a Prefeitura não se manifestou até o fechamento desta edição.

Empresários têm direito a indenização

Para o advogado especialista em Direito Imobiliário Thiago Antolini existe a possibilidade de os comerciantes cobrarem das prefeituras os danos sofridos pelas enchentes.

"É muito comum que as pessoas entrem com pedidos de indenização para recuperar o valor de equipamentos e móveis danificados. Para isso, é necessário que se reúnam provas de que existe a responsabilidade da administração municipal."

Segundo ele, em casos como o dos comerciantes do Centro de São Bernardo, que enfrentam as enchentes há vários anos, é possível alegar que a Prefeitura foi negligente. "Se o problema se repete há vários anos e está sem solução, a culpa é por omissão. Se mesmo em áreas invadidas a responsabilidade é da Prefeitura, a situação se complica ainda mais se tratando de uma área central", disse Antolini.

RECLAMAÇÕES - Em Santo André, o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidnei Munerati, afirma que a entidade está servindo de intermediária entre comerciantes e o poder público.

"O volume de chuvas tem prejudicado as vendas do varejo, principalmente do comércio da periferia e da região da Rua Oliveira Lima, no Centro. As pessoas estão fugindo das ruas. Por enquanto o que estamos fazendo é levar as reclamações dos empresários à Prefeitura",destacou.




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