Pesquisa sobre a continuidade do uso de preservativo feminino, em usuárias do SUS (Sistema Único de Saúde), constatou que 14,4% das 2.469 mulheres acompanhadas mantiveram o uso durante um ano após conhecê-lo.

O número de adeptas à camisinha é ainda maior após seis meses de uso (27,3%) e 3 meses, chegando a 36,5% das usuárias. O estudo foi realizado pela epidemiologista Suzana Kalckmann, do Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, na Região Metropolitana, entre janeiro de 2000 e julho de 2002.

Dezesseis unidades de Saúde deram apoio, sendo sete serviços especializados para o atendimento de DST-Aids, seis unidades básicas de Saúde e três associações comunitárias.

Uma destas era o CES (Centro de Educação para a Saúde), em Santo André. "A maioria delas nunca tinha visto a camisinha feminina. Mas haviam muitos relatos sobre o fato delas se protegerem sem precisar contar com o parceiro, geralmente o marido", lembrou Maria Aparecida Soliani, ex-coordenadora do CES, que já não existe mais.

Segundo a pesquisa, 91,8% das mulheres desconheciam o método de prevenção. Após um mês de uso, o número de desistências foi bem maior (46,3%). "No início, a questão estética incomoda, mas por falta de hábito", disse a educadora Ana Clara Marques, 31 anos, de Santo André, que começou a usar este tipo de preservativo há seis anos.

O Diário constatou que no Grande ABC não há distribuição de camisinhas femininas, só masculinas. Em sete farmácias pesquisadas, apenas uma, em Santo André, vendia o produto por R$ 14,87, caixa com duas.