A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) irá investir cerca de R$ 500 milhões em obras de infraestrutura de saneamento básico em São Bernardo nos próximos cinco anos. O valor das intervenções foi anunciado ontem pelo presidente da empresa, Gesner Oliveira, e pelo prefeito Luiz Marinho (PT), após reunião no Paço.

As obras contemplam os programas ProBillings e Vida Nova, que visam a despoluição da bacia, e o Projeto Tietê, que prevê a recuperação do rio e seus afluentes, entre eles o Tamanduateí. Para as iniciativas darem resultado, é preciso aumentar a coleta e o tratamento de esgoto, evitando que os resíduos sejam liberados in natura nas fontes hídricas.

Segundo o presidente da Sabesp, essa é a ênfase dos investimentos em São Bernardo. Atualmente, o município trata apenas 27% dos 78% de esgoto que coleta. Até 2012, a expectativa da Sabesp é aumentar a coleta para 92% e tratar 90% desse volume.

Cerca de dez mil famílias que moram nas regiões do pós-balsa, que ainda dependem de caminhões-pipas da Prefeitura para terem água, também serão beneficiadas pelos contratos, segundo Luiz Marinho.

"Estamos em curso com obras importantes e vislumbramos outras, que colocarão a cidade em nível de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto bastante satisfatório", garantiu Oliveira.

RENOVAÇÃO - Se hoje a Prefeitura e a Sabesp falam a mesma língua, o mesmo não era dito pelo então candidato a prefeito Luiz Marinho (PT), que reclamou em campanha do serviço prestado pela companhia.

"Existem queixas por parte da população sobre o trabalho da Sabesp e estamos fazendo adequações para responder a esse conjunto de questionamentos, que eu próprio fiz também", afirmou Marinho. Em junho, Prefeitura e Sabesp se reúnem para negociar a renovação do contrato de prestação de serviços.

Serviço de tapa-buraco na cidade terá convênio inédito

Além do anúncio dos investimentos na cidade, a Prefeitura de São Bernardo e a Sabesp lançaram ontem as bases de um convênio inédito para tapar os buracos que são abertos nas ruas para a realização de obras de manutenção.

A proposta, que deverá ser formalizada em fevereiro, prevê que a Companhia pague pelo serviço e a Prefeitura execute o recapeamento asfáltico após a realização de cada intervenção em vias públicas.

"A experiência poderá vir a ser um modelo. Afinal, a Prefeitura conhece melhor suas necessidades e seu cronograma de obras. Pode ser interessante que as cidades conduzam o trabalho com o seu próprio padrão de qualidade", afirmou o presidente da Sabesp.