A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, vistoriou ontem a APP (Área de Proteção Ambiental) à beira da Estrada da Sondália, no bairro Ouro Fino, em Ribeirão Pires, onde o Diário flagrou, na segunda-feira, funcionários da Prefeitura fazendo descarte ilegal de lixo e entulho, e determinou que a administração realize a limpeza do local.

Apesar de a Prefeitura admitir o despejo irregular, a Cetesb não multou a administração pois a "autoria da disposição não foi esclarecida".

Classificando a ação como um absurdo, o chefe do Executivo, Clóvis Volpi (PV), afirmou que vai instaurar um processo administrativo para identificar e punir os responsáveis.

"Foi lamentável. Vamos penalizar os secretários e abrir uma comissão de sindicância para saber como é que isso aconteceu. Não adianta fugir dessa história e querer justificar. Foi um erro gravíssimo", afirmou Volpi.

Além de terra e restos de vegetação, resultado de operações de limpeza realizadas no bairro, pedaços de madeira, embalagens de plástico e de papel e toda a sorte de lixo estavam sendo despejados no local, cercado de mata nativa e próximo de uma nascente.

No passado, a área funcionou como um antigo lixão, que existia desde a década de 1970 e foi desativado por determinação da Cetesb em 1991. Como forma de recuperar a área, a administração se comprometeu a despoluir o terreno.

Promotora de Justiça de Ribeirão Pires, Thelma Thais Caverzere informou que o Ministério Público irá processar criminalmente todos os fiscais da Prefeitura e os secretários municipais do Meio Ambiente, Pedro do Carmo Alves, e de Desenvolvimento Regional de Ouro Fino, Antonio Muraki.

A Prefeitura dispõe de um aterro para inertes na Estrada Coronel Oliveira Lima. A Cetesb informou que a licença do local está próxima do vencimento e o pedido de renovação está sendo analisado.