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Prefeitura dificulta saída de sem-teto do Jd.Paranavaí
Thuane Ianelli
e Vivian Costa
16/03/2009 | 07:06
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Dos barracos que compunham o acampamento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), na Rua Andirá, no Jardim Paranavaí, em Mauá, montado há quatro meses, sobraram apenas pedaços de madeira, plásticos, alguns brinquedos e mobílias velhas espalhadas pelo chão de barro. A desocupação total estava prevista para ontem até as 16h, depois do acordo firmado entre os líderes do movimento e a Prefeitura. Apesar disso, até as 20h de ontem, cerca de 12 famílias ainda permaneciam no local, pois os dois caminhões cedidos pela Prefeitura eram insuficientes para o transporte e não havia um local para a acomodação das mudanças de todos os sem-teto.

O assentamento contava com 120 famílias que pleiteavam, desde o fim do ano passado, a concessão do local para a construção de suas casas.Com o passar do tempo, os moradores foram tomados pelo desespero. Segundo o coordenador estadual do MTST, Zezito Alves da Silva, 36, o Juarez,muita gente passou fome durante todo o dia em que a ação se estendeu. Alguns vizinhos colaboraram fornecendo comida às crianças.

A reintegração de posse do terreno fazia parte do acordo feito anteontem entre uma comissão do movimento e representantes do poder público durante reunião na Câmara Municipal de Mauá. Em troca, os sem-teto ganhariam 20 bolsas-aluguel, de valores que variam entre R$ 200 e R$ 300 (por seis meses, com probabilidade de renovação por maisum ano), e havia o compromisso da Prefeitura que se incumbiria do transporte das mudanças e a acomodação desse material em um galpão cedido temporariamente pelo município.

As famílias que não tinham para onde ir, foram as escolhidas para receber o benefício. "As outras 100 se dividiram entre casas de parentes e aqueles que trabalham, deram um jeito para alugar uma casa", explicou a organizadora do movimento Maria das Dores Cerqueira, 36.

De acordo com Juarez, quarta ou quinta-feira, uma comissão deverá seguir para Brasília (DF) a fim de negociar com a CEF (Caixa Econômica Federal), em parceria com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) viabilizar verbas para a construção de conjuntos habitacionais. As famílias que ainda permaneciam no local no fim da noite temiam ter de passar a noite no local, agora quase deserto.




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