A Prefeitura de Santo André iniciou as obras de mudança paisagística no jardim do Paço Municipal sem autorização do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão ligado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Como a área está em processo de tombamento, é necessária a permissão do conselho para realizar qualquer intervenção. A Prefeitura informou que o projeto e o memorial descritivo serão encaminhados ao Condephaat.

O departamento, no entanto, disse que no início de fevereiro a administração de Santo André enviou uma proposta de projeto para alteração paisagística na Praça Quarto Centenário, onde fica o Paço Municipal. A solicitação não foi aprovada. Técnicos da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico da secretaria analisaram a proposta e pediram mais detalhes sobre o projeto. Mesmo sem o aval do Condephaat, as obras foram iniciadas durante o Carnaval.

A Prefeitura alegou que as mudanças paisagísticas propostas pretendem resgatar parte das propostas originais do arquiteto e paisagista Burle Marx, que desenvolveu um projeto para a região durante os anos de 1969 e 1970.

O estudo, no entanto, jamais foi desenvolvido na íntegra. Luís Henrique Zanetta, diretor do Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes) durante a gestão do prefeito Celso Daniel (PT), afirmou que foram feitas algumas alterações durante a reforma paisagística implementada na época.

"Não havia recursos para uma recuperação total do projeto", justifica. Segundo ele, a cidade sofreu muitas alterações em seu sistema viário do período em que houve a concepção do projeto de Burle Marx até a época em que foi feita a reforma paisagística.