Setecidades Titulo Caso Eloá
Inquérito conclui que Gate cometeu 'infração disciplinar'
19/01/2009 | 07:05
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Após três meses de apuração, a Polícia Militar de São Paulo concluiu que houve "infração disciplinar" na conduta dos policiais envolvidos na operação de resgate que terminou com a morte de Eloa Cristina da Silva em outubro. A versão preliminar do IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado à época foi entregue na sexta-feira à tarde ao MPE (Ministério Público Estadual).

O promotor José Roberto Jauhar Julião, designado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado para acompanhar o caso, tem agora duas alternativas: arquivar o IPM ou enquadrar os policiais em crimes previstos no Código Penal Militar e denunciá-los à Justiça Militar. O promotor diz que só decidirá o que fazer depois que todas as perícias forem anexadas ao IPM, o que deve levar alguns dias.

Mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves por mais de 100 horas, Eloa foi morta em meio a invasão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) ao apartamento em Santo André. No relatório preliminar de 14 páginas, o coronel Paulo César Franco, encarregado da investigação, descreve em detalhes a invasão tática, ocorrida às 18h08 do dia 17 de outubro.

Enquanto uma equipe se posicionou na frente da porta do apartamento, outra se preparou para entrar por uma das janelas. O explosivos colocados nas dobradiças não foram suficientes para abrir passagem, uma vez que Lindemberg havia montado uma barricada com móveis. Com isso, o sequestrador teve pelo menos 10 segundos para atirar antes de ser detido.

Embora não tenha sido abordado no IPM, os homens do Gate também desrespeitaram a Resolução 22 da Secretaria da Segurança Pública, que estabelece que cabe ao GER (Grupo Especial de Resgate), unidade de elite da Polícia Civil, negociar a libertação de reféns. A função do Gate, conforme o artigo 4º da resolução, seria providenciar o isolamento da área. Na prática, porém, as polícias seguem um acordo informal de que "cuida da ocorrência quem chegar primeiro".

A secretaria criou uma comissão para reavaliar os procedimentos das polícias em ocorrências desse tipo, mas até agora nenhuma mudança foi anunciada.




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