Sete presas do Grande ABC vivem atualmente nas delegacias da região, à espera de vagas no sistema prisional, segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.

As detentas estão há vários dias nas delegacias, algumas delas há duas semanas. O problema é que a maioria dos distritos não conta com infraestrutura adequada para atender as necessidades básicas das mulheres, como banho e alimentação.

A única cadeia feminina na região, anexa ao 7º DP de São Bernardo, no bairro Taboão, não pode ter mais do que 100 presas, depois de determinação judicial de setembro do ano passado, que interditou a unidade. Até dezembro, a direção do presídio conseguiu cumprir a meta e transferiu 93 mulheres.

"Conseguimos realizar as transferências principalmente das presas condenadas e não queremos exceder na superlotação", afirmou o delegado Frederico Prouse, diretor da cadeia.

Atualmente, quando uma presa chega nas delegacias da região, a delegacia seccional correspondente solicita à SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) o ingresso no sistema prisional. A resposta pode demorar muitos dias. As presas geralmente vão para a Capital, Ribeirão Preto ou Campinas.

Roberta Gomes Martins, 22 anos, é um exemplo da situação. Ela está detida por roubo desde 22 de dezembro no 4º DP de Santo André. Está grávida de seis meses de um menino.

"Ela só tomou banho improvisado um dia. Eu tenho de trazer a comida, senão ela morre de fome", contou a sogra M.G., 60 anos.

A Secretaria de Segurança Pública informou que até sexta-feira as sete presas serão transferidas. Disse ainda que irá anunciar medidas para evitar a situação. A SAP informou que o Estado vai criar oito unidades femininas até 2010.