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Região carece de bicicletários
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
30/03/2008 | 07:37
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Enquanto os carros – protagonistas do caos em que se transformou o trânsito na região – monopolizam as atenções, quem depende de outro meio de transporte, a bicicleta, se vira como pode. Além da falta de um sistema cicloviário, quem leva a vida em cima das magrelas sofre com a falta de estacionamentos adequados.

As sete cidades contam somente com três bicicletários, sendo apenas um gratuito. Trata-se do espaço instalado no Terminal São Bernardo da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que recebe 700 bikes por mês.

Rio Grande da Serra e Mauá também têm seus bicicletários. Porém, eles são particulares e é preciso pagar diária de R$ 1 para estacionar.

“Essas bicicletas que ficam penduradas nas grades pertencem a quem não quer pagar. Ainda temos um guarda para fazer a segurança e funcionamos até que o último trem passe”, explica o dono do bicicletário próximo à estação de trem Rio Grande da Serra, José Barto Pinto, 47 anos.

O estacionamento existe há quatro anos na cidade. Barto não teve muita dificuldade para observar que o movimento de ciclistas que vinham até o Centro de bicicleta não parava de crescer.

No Grande ABC, eles seguem um perfil: são trabalhadores que querem economizar pelo menos uma condução para chegar ao trabalho.

Mauá - Se o preço assusta os ciclistas de Rio Grande, em Mauá o bicicletário, que é mantido pela Ascobike (Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá), é um sucesso. Em seis anos de existência, o espaço já atingiu seu potencial e, agora, está sendo ampliado para aumentar sua capacidade de cerca de 650 para pelo menos 900 bikes.

A demanda por um espaço seguro para deixar as magrelas é tamanha que, há cerca de dois anos, o bicicletário oficial disputava território com um outro clandestino, instalado debaixo da passarela, no Centro.

“Eu gasto 15 minutos da minha casa até aqui. Se fosse de ônibus, levaria 20 minutos só esperando o coletivo. E mais 20 dentro dele até chegar à estação”, diz o pedreiro José Espedito Cosmo, 51 anos, que utiliza o bicicletário da Ascobike há seis meses.

Ele e outros ciclistas reclamam do preço, mas acham a opção mais vantajosa que o ônibus, tanto em relação ao custo quanto ao tempo.

Rodoanel - Um bicicletário municipal não é idéia descartada em Mauá. A chegada do Trecho Sul do Rodoanel na cidade pode engatilhar a construção de um espaço para abrigar as bicicletas de quem for trabalhar no pólo industrial do Sertãozinho. “A gente percebe um número grande de pessoas que usam bicicleta. Por isso, um novo bicicletário, fora do Centro, é uma preocupação nossa”, diz o diretor da Secretaria de Obras de Mauá, Paulo Sérgio Pereira.

Santo André - Não há levantamento sobre a quantidade de ciclistas que circulam pelas sete cidades. Mas se alguém tem dúvida da presença deles, basta dar uma olhada no gradil que separa a estação de trem e o terminal rodoviário, em Santo André.

Em meio a tantas bicicletas, há quem duvide da veracidade da placa logo acima das grades sinalizando que ali as magrelas não são bem-vindas.

De acordo com o diretor do Departamento de Trânsito de Santo André, Eric Lamarca, estima-se que 200 bicicletas sejam estacionadas por dia nas proximidades das estações de trem e ônibus. “Estamos estudando a construção de um bicicletário nesta região”, garante Lamarca.

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) confirma. A empresa informou que as bicicletas não foram esquecidas nos planos de modernização da Estação Santo André, que deve ser renovada até 2010.

São Caetano - Em São Caetano, as discussões de onde um bicicletário viria a calhar também apontam para os trilhos dos trens. “A intenção é repetir modelos já consagrados de bicicletários, ou seja, para aqueles que não usam este como seu meio de transporte principal”, afirma o arquiteto da Prefeitura Enio Moro.

Contudo, o arquiteto explica que, hoje, existem apenas estudos técnicos para verificar a viabilidade de um estacionamento de bikes no local. Moro estima que haja na cidade pelo menos 12 mil ciclistas. Destes, 6 mil utilizariam a bicicleta como meio de transporte.

São Bernardo - São Bernardo é a cidade que promete construir o maior número de bicicletários. Segundo a Unidade de Coordenação do Programa São Bernardo Moderna, está prevista a construção de bicicletários nos terminais municipais Alvarenga, Rudge Ramos e Riacho Grande.

Ribeirão Pires é outra cidade que ensaia a construção de sua parada de bicicletas nas proximidades da estação ferroviária.



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