O Grande ABC registra, por dia, 6,4 mortes por motivos violentos. Óbitos relacionados a agressões, homicídios, afogamentos, queimaduras e acidentes de trânsito. Segundo levantamento feito pelo Diário a partir de dados publicados pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a região somou em 2006 – último ano disponibilizado para análise – 2.337 casos.

A média é equivalente à da Capital, que conta atualmente com uma taxa diária de 28 mortes não-naturais. Levando-se em conta a diferença populacional – São Paulo tem cerca de 11 milhões de habitantes, e o Grande ABC, dois milhões e meio –, o perigo de morrer de forma violenta na região e na metrópole é o mesmo.

De acordo com a fundação, as vítimas da violência são jovens e, na maioria dos registros, homens. E os números já foram bem piores. Em 1999, os sete municípios perderam 4.635 habitantes por causas não-naturais. A taxa, na época, era de 12,69 mortes violentas por dia, o pico da criminalidade na região.

Especialistas da Secretaria de Segurança Pública do Estado consideram o ano de 2000 decisivo no trabalho de combate à violência. Resultados positivos de redução dos índices, segundo o governo, começaram a ser observados após a implementação da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) em todos os municípios. Em 1999, já funcionava na Capital.

Mas apenas o trabalho inteligente da polícia, com uso de estatísticas e mapeamento de crimes para aplicação de policiamento rigoroso e direcionado, não resolve. Segundo o filósofo e economista Marcelo Carvalho, é preciso considerar fatores socioeconômicos.