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São Leopoldo é novamente favorita em S. Bernardo
Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
12/02/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Até mesmo a chuva, que ameaçava atormentar a festa, deu uma trégua para ver o embate entre as duas favoritas ao título do Grupo 1 do Carnaval de São Bernardo no desfile de domingo: Acadêmicos de Vila Vivaldi e Mocidade Alegre de São Leopoldo.

"Isso foi coisa de Deus para nos iluminar", resumiu o presidente da Vivaldi, José Carlos de Lima, popularmente conhecido como Kalé. A chuva parou exatamente no momento em que sua agremiação - a terceira a desfilar na noite - entrava na Avenida Aldino Pinotti. No entanto, os efeitos dela foram sentidos mesmo assim. Fantasias descolaram e precisaram de retoques de última hora.

A superação, porém, foi além disso. Quase no fim, o pneu do último carro alegórico estourou e a passista que estava sobre ele caiu.Com escoriações leves no joelho, ela foi socorrida rapidamente pelos médicos e liberada. "Ficou o susto. Na hora achei que ia cair tudo, por isso me segurei. Ainda bem que não foi nada grave", disse Ariande Souza, outro destaque da mesma alegoria e que estreava no Carnaval.

"As vezes isso acontece. Mas foi no final. Nada que nos prejudique", disse Kalé, confiante no fim do jejum de títulos. Há cinco anos na elite são-bernardense, a Vivaldi acumulou dois vice nos últimos anos. Em 2012 perdeu o troféu por somente meio ponto. Para virar o jogo, levou à avenida um carro abre-alas de 27 metros de comprimento, que chamou a atenção dos foliões que acompanhavam o desfile.

Mas todo o fogo, tema abordado pela agremiação, deverá ser pouco para competir com a Mocidade Alegre de São Leopoldo, que entrou na avenida logo na sequência. Os cinco títulos consecutivos e o favoritismo são lembrados pela própria escola até mesmo na letra do samba. "A supercampeã dos carnavais", repetiu com entusiasmo o presidente Américo Morales, o Tico.

Contando com torcida própria, samba cantado e um desfile técnico sem falhas, o enredo sobre a conquista dos negros ao longo da história apresentou outra inovação: tambores de candomblé integrados à bateria. "O segredo é esse, inovar a cada ano e mostrar que nossas conquistas não são à toa", justificou o mestre de bateria. Osmar Cabral. Segundo ele, os inusitados ritmistas não precisaram de muito treinamento. "Foi só acertar o som com o da bateria e ficou ótimo. Quero manter isso para os próximos anos", completou.

Sobre o favoritismo, a ordem na São Leopoldo é manter a calma e os pés no chão. "Não tem como dizer (se o sexto título seguido virá). Prefiro ficar com a opinião do público. Se eles gostaram, tudo bem. É preciso, entretanto, respeitar as concorrentes", minimizou Tico.


Missão cumprida e a geração do futuro

Fim da insônia. E muita emoção. Esses foram os sentimentos da presidente da Estação Primeira de Baeta Neves, Andreia Lourdes Aguilar. Quarta escola a entrar na avenida, ela estreava na função. E após dois dias sem conseguir dormir, agora poderia repousar.

"Vou chegar em casa e finalmente descansar sem preocupação", disse. "A primeira vez como presidente é complicada. Você fica torcendo a cada minuto para que nada ocorra de errado. E a emoção de ver o trabalho feito é sensacional."

Apesar da alegria, os contratempos aconteceram. A Baeta Neves apresentou dificuldades de evolução e no fim teve de correr para não passar do tempo máximo de desfile.

Por conta da chuva, a Renascente precisou mudar os planos, principalmente da comissão de frente, que viria com pintura corporal diferenciada. A maquiagem foi alterada com medo de ser prejudicada pela água. "Tem que se virar como pode", lamentou Cristina Albano, integrante da comissão de frente. Para ela, a dificuldade foi em dobro. "Pediram para tirar, mas como vou enxergar?"

NOVA GERAÇÃO...
Se no sábado, a Terceira Idade - escola do Grupo 2 - cativou o público ao exaltar os idosos, no desfile da elite foi a vez da Unidos da Vila Rosa, escola que abriu a Folia no domingo, ganhar aplausos com a sua bateria formada só por crianças.

Eram 60 ritmistas mirins, dos quais 30 estreavam na avenida. "Não tem por que ficar nervosa", disse Giovanna, 12 anos. Como ela, outros aprenderam a tocar os instrumentos no ano passado, em um projeto social desenvolvido pela direção da agremiação.

"São todos filhos das pessoas que desfilaram. Carnaval é isso, é integrar a família, trazer ela para perto. E nós estamos dando essa oportunidade. Queremos nos firmar como uma escola que revela talentos", disse a presidente, Vanda Santana.

A meta é a mesma do diretor de bateria da agremiação, Bruno Luís. Garantindo que a criançada é dedicada nos ensaios, disse não ter tido trabalho. E prevê que a semente plantada dará frutos ao Carnaval da cidade. "Posso assegurar que em dois ou três anos teremos a melhor bateria do Grande ABC", afirmou.




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