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Uso de pró-hormonais exige cautela
Marília Montich
Do Diário OnLine
09/08/2014 | 07:00
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Divulgação


Quem frequenta academias de musculação provavelmente já ouviu falar dos pró-hormonais. Tratam-se de precursores biológicos - sintéticos ou não - dos hormônios esteróides. Trocando em miúdos, são substâncias utilizadas para ganhar massa muscular e ajudar na conquista do tão sonhado corpo “perfeito”.

O técnico mecânico Ricardo dos Santos, 24 anos, é um dos adeptos aos pró-hormonais. A indicação veio de amigos que já consumiam o produto. “Tomei por 20 dias e já senti resultados positivos. Ganhei na faixa de 2 kg e a definição está aparecendo um pouco mais, acho que por conta de ele não deixar reter líquido”, afirma.

Satisfeito com o resultado até o momento, Santos admite não ter conversado com especialistas antes de incluir o substância na dieta. “Eu tenho um pé atrás com tudo, por isso pesquisei bastante antes de tomar, mas no médico eu não fui.”

É importante ressaltar, no entanto, que o uso dos pró-hormonais exige atenção e muita cautela. “Cada caso requer uma forma de tratamento e, portanto, deve ser extremamente utilizado com orientação médica. As estratégias de tratamento são inúmeras”, alerta o cardiologista especializado em Medicina Esportiva da Fundação do ABC e Diretor Técnico do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Mauá, Marcelo Ferreira.

O especialista explica que os pró-hormônios são base dos esteróides anabolizantes, drogas que imitam o hormônio masculino (testosterona) e, por sua vez, dão ao corpo a capacidade de construir uma maior quantidade de músculo, muito mais fácil do que sem esta fonte externa de testosterona.

Popularizados em meados dos anos 1990, essas substâncias “milagrosas” podem, entretanto, desencadear uma série de efeitos colaterais, tais como perda do apetite sexual, perda de cabelo, ginecomastia (crescimento das mamas nos homens), alteração na pressão sanguínea, danos ao fígado e rins, alteração no colesterol e acne, uma vez que elas têm a mesma ação dos anabolizantes orais ou injetáveis.

Ainda segundo o cardiologista, certos tipos de anabolizantes podem ser indicados se for constatada deficiência hormonal. Alguns só podem ser consumidos por pacientes portadores de patologias como hipogonadismo, em casos de tumores nos testículos, acidentes que levam à perda destas glândulas, astronautas que permanecem meses no espaço e doenças como degenerações e neoplasias.

Alguns pró-hormônios foram proibidos pelo governo dos Estados Unidos na Lei de Controle de Esteróides Anabolizantes de 2004. No Brasil, a venda de esteróides e pró-hormonais é feita de forma restrita pela farmácia mediante receita médica. “Qualquer forma de venda que não seja esta é ilegal e mediante enquadramento em crime, previsto pelo código penal”, ressalta Ferreira.




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