Maria Rita há tempos caminha com as próprias pernas. A cantora tira agora do estúdio o sexto título de sua discografia, Coração A Batucar (Universal Music, R$ 23,90 em média) e deixa mais do que claro o talento que carrega e a força que tem sua voz.

Primeiro trabalho de inéditas desde Elo (2011), o lançamento chega às lojas recheado por 13 composições que passeiam por um samba refinado e educado. De sonoridade orgânica, Coração A Batucar sugere mostrar a música como ela é, sem retoques. Por isso foi gravado ‘quase como um disco ao vivo’, com todos os envolvidos juntos no mesmo estúdio. A cantora optou pela naturalidade da voz e pela emoção da interação musical com os músicos.

A faixa de trabalho é a suave Rumo Ao Infinito, assinada por Arlindo Cruz, Marcelinho Moreira e Fred Camacho. Mas a energia da obra está em faixas como a animada Meu Samba, Sim Senhor, que abre o passeio musical.

A artista é acompanhada por Davi Moraes (guitarra), Alberto Continentino (contrabaixo), Wallace Santos (bateria), Rannieri Oliveira (teclado) e Marcelinho Moreira e André Siqueira (percussão). Já os arranjos são assinados por Jota de Moraes.

Faz parte do disco a faixa É Corpo, É Alma, É Religião, de Arlindo Cruz, Rogê e Arlindo Neto. Outra que merece aplausos é No Meio do Salão, com direito a tantã, repique de mão, surdo, apito e tamborim. Almir Guineto também não fica de fora, de quem ela relê o tema Saco Cheio.

Não é a primeira vez que Maria Rita promove mergulho no samba, e, pelo andar da carruagem e pela qualidade do resultado, não será nem de perto a última.