Setecidades Titulo Violência
Especialista fala em 'guerra' noturna
Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
07/11/2012 | 07:00
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Na apresentação dos dados da 6ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ontem, na Capital, especialistas debateram a onda de violência que atinge o Estado desde o mês passado. Para Guaracy Mingardi, ex-subsecretário nacional de Segurança Pública e especialista em inteligência e análise criminal, está explícito que há ‘guerra' noturna na Região Metropolitana entre a Polícia Militar e facções criminosas, mas que não é possível afirmar ser esta a causa das recentes mortes na região.

"Já aconteceram casos nas décadas de 1980 e 1990 de grupos de extermínio envolvendo policiais. Isso foi diminuindo, porque os responsáveis foram sendo identificados e presos. Então, temos de fazer o mesmo trabalho agora, identificando o problema e, a partir daí, procurar a solução."

Mingardi citou como exemplo a lei de fechamento de bares em Diadema. A medida é considerada pela Prefeitura como uma das responsáveis pela queda significativa de assassinatos na cidade. Em 1999, o município era considerado o mais violento do País, com taxa de 104,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. No ano passado, o número baixou para nove assassinatos por 100 mil moradores, registrando redução de 91%. "Deu certo porque identificaram que a maior parte dos homicídios acontecia em bares."

Opinião semelhante tem a diretora do Instituto Sou da Paz Luciana Guimarães. "Enquanto não houver clareza no diagnóstico do que está acontecendo, é difícil avançar. Informação e inteligência são o que a gente precisa agora. É esse o apoio que o governo federal pode dar ao Estado".

O que comprova a tese dos especialistas é o fato de que no Grande ABC, dos oito homicídios que aconteceram no último fim de semana, incluindo a morte de um policial militar em São Bernardo, apenas três tiveram causas identificadas.

Mingardi afirmou que essa elevação no índice de criminalidade no Estado não era esperada. "O cenário em São Paulo é preocupante porque cresceu e não era para ter acontecido isso. Viemos há 12 anos com queda de homicídios e o esperado era que esse número continuasse caindo. No entanto, como não se identificou as causas da queda, continuamos sem saber por que agora as estatísticas crescem", destacou.




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