Setecidades Titulo Abastecimento
São Caetano receberá 20% a menos de água

Segundo DAE, objetivo é preservar Sistema Cantareira, que está com 20,9% da capacidade

Fabio Munhoz
06/02/2014 | 07:00
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<div>A partir de hoje, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano passará a receber 20% a menos do volume de água distribuído pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A medida, que irá vigorar por tempo indeterminado, tem o objetivo de preservar o manancial do Sistema Cantareira, que abastece diversas cidades da Grande São Paulo e está com apenas 20,9% da capacidade.</div> <div>&#160;</div> <div>A decisão foi tomada na tarde de ontem em reunião entre o diretor-geral do DAE, Welington Kalil, e representantes da Sabesp. “Essa redução é necessária para que não haja reflexo no abastecimento no meio do ano, quando o nível de chuvas é menor”, comenta Kalil. Segundo ele, o ideal seria que o Sistema Cantareira estivesse com 60% de armazenamento. São Caetano é a única cidade do Grande ABC que recebe água desse manancial. As demais são abastecidas pelos sistemas Rio Grande e Rio Claro, que estão com pluviometrias consideradas regulares.</div> <div>&#160;</div> <div>O diretor afirmou que o departamento fará também programa para redução das perdas de água, que atualmente estão na faixa de 25%. “O objetivo é diminuir para aproximadamente 15%.” As perdas ocorrem em razão de vazamentos ou ligações clandestinas no sistema.</div> <div>&#160;</div> <div>A redução em 20% do volume recebido representa diminuição de 100 litros de água por segundo na distribuição aos três reservatórios da cidade: Santa Maria, Oswaldo Cruz e Vila Gerty. Com isso, o município terá à disposição cerca de 400 litros por segundo. Apesar da diminuição, o chefe da divisão técnica do DAE, Osmar Silva Filho, garante que, inicialmente, não está prevista implantação de racionamento. “Vamos fazer grande campanha de conscientização para que a população economize água. Se os moradores fizerem a parte deles, não será necessário fazer cortes.”</div> <div>&#160;</div> <div>O exagero no consumo, inclusive, é uma das principais preocupações da autarquia. Balanço do ano passado aponta que cada habitante de São Caetano consumia, em média, 257 litros por dia. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda 110 litros diários. O DAE descartou aplicar desconto aos moradores que reduzirem os gastos. No sábado, a Sabesp anunciou a diminuição de até 30% no valor das contas em residências que economizarem água em municípios abastecidos pelo Sistema Cantareira e cujo serviço seja operado pela estatal. Procurada, a Sabesp não comentou.</div> <div>&#160;</div> <div><strong>DIADEMA</strong></div> <div>Há cerca de duas semanas, a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) iniciou manobras setoriais para controlar o consumo. Na prática, funciona como um racionamento. A empresa interrompe o abastecimento em regiões baixas em determinados dias para garantir chegada da água aos bairros mais altos.</div> <div>&#160;</div> <div>&#160;</div> <div><strong>&#160;</strong></div> <div><strong>Donas de casa se organizam para diminuir consumo</strong></div> <div>&#160;</div> <div>Diante das altas temperaturas e do baixo nível dos reservatórios que atendem parte da Grande São Paulo, donas de casa de São Caetano se organizam para diminuir o consumo de água. A aposentada Vilma Bazzon, 70 anos, reutiliza a água da máquina de lavar roupas. “Quando lavo roupas sociais, a água sai limpinha. Quando termino, reservo em duas bacias e, em seguida, jogo novamente para lavar itens de cama e banho. Com a água que sobra, lavo o quintal”, relata.</div> <div>&#160;</div> <div>Para regar as plantas do jardim, ela passou a evitar o uso contínuo de mangueiras. “Só jogo água no local necessário e, em seguida, já desligo.” Vilma diz se irritar quando presencia pessoas lavando calçadas ou carros durante o verão. “Sempre penso: ‘a gente economiza tanto, será que um dia ela não vai ver que vai faltar?’” Mesmo com o baixo nível dos reservatórios, a aposentada garante que sempre teve o hábito de economizar a água utilizada dentro de casa.</div> <div>&#160;</div> <p>A funcionária pública Maria Golovatei, 67, lava as roupas apenas aos sábados. Mesmo assim, ela não utiliza a lavadora para todas as peças. “Esfrego no tanque. Só uso a máquina para bater e enxaguar.” Avó de um menino de 8 anos, Maria controla o tempo dos banhos do garoto durante o verão. “Criança adora levar os brinquedos e ficar brincando na água. Mas nesta época não dá para fazer isso.” A moradora do bairro Barcelona comemora que a economia também se estende aos gastos com energia elétrica.&#160;</p>




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