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Reedição traz explicações e comentários sobre Calvin e Haroldo

Ideias do autor Bill Watterson são ponto forte de 'O Livro do Décimo Aniversário'

Luís Felipe Soares
03/12/2013 | 07:30
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Reprodução


As aventuras do pequeno Calvin e seu tigre de pelúcia Haroldo já são conhecidas há quase 20 anos. Mas os bastidores da produção da tirinha e as histórias por trás dos personagens são pouco abordados nas publicações da dupla. Parte dessas questões está nas páginas de 'Calvin e Haroldo – O Livro do Décimo Aniversário' (Editora Conrad, 208 páginas, R$ 47 em média), antologia especial lançada originalmente em 1995 e que ganha sobrevida nas lojas em nova edição.

Como o título revela, o livro celebra a data especial alcançada pela tirinha e que também marcaria o fim de histórias inéditas escritas por Bill Watterson. O projeto mistura diversos dominicais com textos nos quais o autor comenta sobre temas como seus períodos sabáticos para ter ideias, a evolução dos traços e as objeções em torno da recusa em licenciar produtos estampados por seus quadrinhos (“Não é nada fácil criar personagens convincentes, mas para destruí-los não é preciso muito”, afirma o norte-americano).

É justamente a explanação de Watterson que enriquece a coletânea. O livro serve como oportunidade quase única para conhecer melhor a mente por trás de Calvin e Haroldo, uma vez que o quadrinista de 55 anos é famoso por ser avesso a entrevistas. Fã dos trabalhos de nomes como Charles Schultz ('Peanuts') e Walt Kelly ('Pogo'), ele criou o imaginativo garotinho de 6 anos com um tom bem autobiográfico. “...ele (Calvin) encara as coisas da mesma forma que eu, mas na minha idade adulta, não na infância”, explica Watterson. “Apesar de não querer alguém como Calvin na minha casa, no papel ele me ajuda a entender e suportar as coisas da vida.” Haroldo foi baseado em uma gata que ele tinha, chamada Sprite.

Também não ficam de fora comentário em torno de alguns arcos que surgiram ao longo dos anos, casos das tiras com o transmogrificador (‘máquina’ capaz de transformar tudo em qualquer coisa desejável) e as jornadas intergaláticas do Astronauta Spiff (“espécie de sátira de Flash Gordon”). Pelo que parece, a imaginação de Calvin e Haroldo pode ter alguma explicação.




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