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Comércios do Camilópolis pedem ajuda
Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
02/12/2013 | 07:40
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Todo dia na hora de abrir o seu mercado, o comerciante Roberto Alcântara, 51 anos, vive o mesmo drama: passa todo o momento apreensivo, com medo de sofrer mais um assalto.

Assim como ele, o medo é uma constante entre todos os lojistas do bairro Camilópolis, em Santo André, há cerca de quatro meses, quando se iniciaram os assaltos.

A situação é tão crítica que muitos já fecharam as portas ou pensam em parar as atividades, cansados dos roubos que sofrem incessantemente.

"Não consigo trabalhar e estou pensando em fechar. Não dá para trabalhar sob ameaças de criminosos ao nosso redor, fazendo o que querem", destacou Alcântara, cujo mercado sofreu cerca de 50 assaltos em 12 anos de funcionamento, dois deles somente nos últimos quatro meses.

Enquanto ele persiste, Jaime, 33, desistiu. Ex-dono de uma pizzaria no bairro, cansou de sofrer assaltos e fechou as portas.

"Para mim já não era mais vantajoso. Eles sabiam todos os meus horários, de fechamento de caixa, de dia de pagamento de funcionários", relatou a vítima.

Na última sexta-feira, enquanto o Diário estava no bairro, mais um comerciante foi vítima: o cabeleireiro Gilberto, 45. Ele atendia um cliente quando foi abordado e roubado.

"Posso dizer que sou um privilegiado, pois foram só três vezes nos seis anos que estou aqui", brincou.

Diferentemente dos demais, ele não pensa em encerrar as suas atividades. "É meu sustento, não tem como", disse. "Confio em meu criador. Tenho que acreditar nele. Enquanto não ofenderem a minha integridade física é o que importa."

Através de investigação, a polícia já sabe que se trata, inevitavelmente, de três suspeitos, sempre avisados por um bando de menores de idade que circulam pelas ruas do bairro. A suspeita é de que o trio, sempre armado nas ações, seja da Vila Sá, bairro da Zona Leste da Capital, próximo da divisa.

"A polícia é eficaz, mas não tem como fazer a cobertura de tudo 24 horas", ponderou Gilberto.




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