Cultura & Lazer Titulo Literatura
Conversas ouvidas no metrô inspiram romance
Camilla Feltrin
Especial para o Diário
31/07/2012 | 07:29
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Ela toma remédios, cria famílias imaginárias com pessoas desconhecidas dentro do vagão do metrô, tem colapsos e quer encontrar um grande amor. Por recomendação médica tem que anotar o seu cotidiano em caderninhos para que depois seja analisada. Quando o dia não foi legal ou não teve nada de novo, ela prefere escrever o último episódio da novela.

Essa é a datilógrafa Laura, protagonista de 'Entre o Trem e a Plataforma' (Editora Prumo, 160 páginas, R$ 22,90), romance de estreia de Lucimar Mutarelli.

Assim como as principais passagens de delírio e divagações da personagem, a autora escrevia o livro no meio de transporte. Em casa, ela apenas transcrevia e editava as ideias no computador.

Ao todo foram quatro caderninhos com situações exageradas, inventadas ou modificadas. "As conversas que eu ouvia mostram o modo contemporâneo e massificado de viver das grandes cidades. Todos falam sobre as mesmas coisas, como o tempo, time de futebol, reclamações do trabalho", conta.

Disso, a autora inventou a empresa manipuladora em que a personagem trabalha. Ela não era livre e sempre deveria sorrir no horário de trabalho, por exemplo.

O enredo da triste vida da datilógrafa contém frases e capítulos curtos, alguns, por exemplo, não passam de uma folha. "É um livro rápido, feito para ser lido no meio de transporte, ônibus ou metrô", diz a autora.

Com a obra finalizada, o marido e também escritor Lourenço Mutarelli sugeriu um novo nome e fez a ilustração da capa.




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