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Falta de troco encarece passagem de ônibus
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
26/07/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


"Não tenho R$ 0,10" é uma das frases mais ouvidas pelos usuários do sistema de transporte municipal de Mauá. Tanto nas catracas de entrada do terminal de ônibus do Centro, quanto nas linhas operadas pelas viações Leblon e Cidade de Mauá, a falta de moedas para o troco é comum, principalmente após as 17h. Com isso, em vez de pagar R$ 2,90, o passageiro é obrigado a desembolsar R$ 3. O problema causa indignação e até conflitos.

O corretor de imóveis Adriano da Silva, 26 anos, conta que só neste mês já passou por esta situação cinco vezes, tanto nas catracas do terminal quanto na linha que atende o Jardim Zaíra, onde mora. "Se pagar R$ 2,80 não vão me deixar embarcar", revolta-se.

No terminal do Centro, por onde circulam diariamente 135 mil passageiros, um funcionário que pediu para não ser identificado aponta que a falta de moedas é constante na volta dos munícipes para casa. "Trinta mil moedas de R$ 0,10 duram apenas dois dias nas catracas", observa. Segundo ele, a solução seria aumentar a tarifa para R$ 3.

A equipe do Diário utilizou o transporte público de Mauá e constatou o problema. Um exemplo é a linha 103 Bogus, que atende a população do bairro Itapark. O motorista do microônibus operado pela viação Cidade de Mauá afirma que a dificuldade de troco ocorre porque a empresa não fornece moedas na saída da garagem. A empresa não retornou os pedidos de entrevista.

Dentro dos ônibus, o clima é tenso, de acordo com a merendeira Eliete Santos, 48. Ela diz que já presenciou discussão entre passageiros inconformados com a não devolução de R$0,10 e cobradores na linha que circula pelo Jardim Carlina. "Às vezes nem espero os R$ 0,10 porque sei que não tem", comenta.

A Viação Leblon admitiu que a falta de troco é alvo de reclamação por parte dos 60 mil usuários que circulam pelas 18 linhas da empresa diariamente. Na tentativa de minimizar os transtornos, os motoristas saem das garagens moedas para suprir as necessidades.

Prefeitura incentiva uso de bilhete eletrônico para evitar transtorno

Ao destacar que a falta de moedas em circulação é problema nacional, a Prefeitura de Mauá incentiva os munícipes a se cadastrar e a utilizar o Cartão DaHora - bilhete eletrônico - para evitar problemas com troco. Atualmente, cerca de 250 mil passageiros aderiram ao sistema.

Conforme explica o secretário de Mobilidade Urbana de Mauá, Renato Moreira dos Santos, utilizar do cartão beneficia o passageiro com a possibilidade de fazer baldeação fora do terminal em até uma hora. "Além de evitar este transtorno com a falta de troco, é uma segurança para os munícipes e para os funcionários das linhas de transporte."

Santos garante que a Prefeitura seguirá fiscalizando a empresa que gerencia o terminal de ônibus para que tenha moedas em quantidade suficiente e garanta o troco dos usuários. "A empresa que faça convênio com bancos ou troque moedas nos comércios para garantir a tranquilidade do usuário", diz.

Quanto à possibilidade de aumento da passagem para R$ 3, o secretário comenta que o problema não pode ser resolvido dessa forma, tendo em vista que o reajuste da tarifa tem de estar de acordo com o custo do transporte.

 




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