Preocupadas em rejuvenescer a clientela, Mercedes-Benz e Volvo abandonaram o conservadorismo de décadas para investir em produtos mais arrojados, pautados por design, desempenho e tecnologia. Diante desta nova postura de alemães e suecos, colocamos frente a frente dois representantes que resumem bem esta nova filosofia: Mercedes-Benz A 200 Turbo Urban (R$ 109,9 mil) e Volvo V40 T4 Dynamic (R$ 119.950).

Totalmente renovado, o Classe A assumiu personalidade descolada. Deixou de ser aquele monovolume insosso das duas primeiras gerações para tornar-se um hatchback de linhas ousadas. E para acompanhar tal (r)evolução, a Mercedes adotou motor de quatro cilíndros 1.6 turbo de 156 cv a 5.300 rpm e 25,5 mkgf entre 1.250 e 4.000 rpm, que casou muito bem com o câmbio automática de sete marchas.

Assim como o rival, o V40 tem design marcante, fazendo os brasileiros esquecerem o velho C30. E para se tornar ainda mais marcante, o Volvo utiliza motor 2.0 turbo de cinco cilindros de 180 cv de potência e 30,6 mkgf de torque entre 2.700 e 4.000 giros. A transmissão é também automática, só que de seis velocidades.

Rodando, os dois apresentam comportamentos similares – e muito agradáveis. Apesar de menor, o torque no Classe A é entregue a rotações menores que no Volvo, tornando-o tão ágil e esperto nas acelerações e retomadas quanto o V40, que é 159 quilos mais pesado.

É importante ressaltar também que a tocada no Mercedes tem um tempero extra por oferecer opções de trocas manuais por meio de aletas atrás do volante, item que sequer é opcional no representante sueco.

Em números, o equilíbrio se comprova. De 0 a 100 km/h, o Classe A é 0,4 segundo mais rápido. Com propulsor maior, no entanto, o Volvo tem mais fôlego para atingir velocidades mais altas: 250 km/h contra 224 km/h do alemão.

CONFORTO

 Apesar de oito centímetros menor, o Mercedes consegue ser mais espaçoso entregando cinco centímetros a mais de distância entre os eixos, que fazem bastante diferença, especialmente para aqueles que viajam no banco traseiro. O porta-malas também é maior, mas somente insignificantes seis litros.

Em termos de acabamento, filosofias parecidas. Além de materiais de primeira e peças muito bem encaixadas, adotam diferentes tonalidades – ambos utilizam, por exemplo, branco para o revestimento dos bancos e partes inferiores dos painéis central e das portas. Os cromados estão presentes, mas de maneira bastante discreta.

Os conceitos são tão próximos que até mesmo o painel central conta com teclas para gravar as estações de rádio e, principalmente, fazer ligações telefônicas.

EQUIPAMENTOS

Quando analisadas as listas de equipamentos de série, percebe-se que V40 e Classe A foram pautados pela tecnologia. No entanto, neste quesito, a Volvo foi além, oferecendo não apenas mais itens de fábrica como também opcionais – caros, é verdade, mas que pelo menos estão àdisposição do cliente ávido por segurança.

Os dois hatches trazem air bags frontais, laterais e de joelhos para o motorista, freios com ABS e EBD, controles de tração e estabilidade, direção elétrica, rodas de liga leve de 17 polegadas, sistema de som com conectividade bluetooth, computador de bordo, display central com tela colorida, além de sistema Start/Stop – tecnologia que desliga/liga o motor automaticamente assim que o condutor para/arranca de um semáforo, por exemplo.

O Volvo, no entanto, ultrapassa as expectativas oferecendo, entre outros itens, ajustes elétricos dos bancos dianteiros e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. O sueco também leva vantagem pela ampla lista de opcionais, como os pacotes High Tech (sistema de navegação GPS, câmera de ré, assistente de estacionamento – aquele que faz a baliza sozinho – e leitor de DVD) e Safety (Bliss, piloto automático adaptativo, aviso de mudança de faixa, alerta de tráfego lateral e o badalado air bag para pedestres). Tudo, no entanto, não sai por menos de R$ 25 mil.