Mesmo com grupos religiosos convocando protestos ante as salas de cinema dos Estados Unidos, as primeiras exibições de ‘O Código da Vinci’ nesta sexta-feira, em Nova York, aconteceu sem grandes filas e sem quaisquer manifestações.

Na Terceira Avenida de Nova York, diante um dos cinemas em que se havia anunciado um protesto, apenas um homem, que se identificou como Jack, foi visto exibindo cartaz em que se lia "Amo o nosso Senhor Jesus Cristo". "É um mito total, que querem promover como um fato", criticou o solitário manifestante, referindo-se ao polêmico livro de Dan Brown.

Mas a exibição do filme em outros pontos do país dará a verdadeira medida dos protestos, que, até agora, não fazem jus às reclamações de alguns líderes religiosos.

"Nunca na história do cinema a memória de nosso Senhor Jesus Cristo e a fé dos cristãos foi um alvo tão explícito de injúrias e deboches", lamentou Marc Balestrieri, presidente da De Fide, uma associação religiosa. "Todos os cristãos estão moralmente obrigados a condenar e boicotar este filme e pedir contas a seus responsáveis pelas mentiras descritas como uma história verdadeira", acrescentou.

Outro grupo, o Seminário Teológico de Westminster, com centros na Filadélfia e Texas, recorreram à França, um dos países mais detestados pelos conservadores americanos, para fazer campanha contra o filme. "Se você acredita em 'O Código da Vinci', já pode começar a adorar os franceses", afirmam no anúncio publicado nesta sexta-feira no jornal USA Today.

Já a ‘Sociedade Americana para a Defesa da Tradição, Família e Propriedade’ publicou um manual para orientar como seus membros devem se comportar durante os protestos contra a estréia mundial do filme. Esta organização católica, que convocou protestos ante os cinemas americanos que vão exibir o filme, divulgou em seu site (www.tfp.org) um conjunto de regras para os manifestantes.

"Antes de partir para este ato público de reparação, reze um rosário em sua casa para atrair a bênção de Deus", afirma uma das recomendações.

"É importante escrever uma carta ao proprietário do cinema que programou 'O Código Da Vinci'. Vimos casos que levou o proprietário a suspender a exibição".

"Os cartazes maximizarão o impacto do protesto. Por favor, ligue para nossa central de protestos no Kansas para receber seus cartazes".

"Sugerimos que a manifestação não dure mais de duas horas", aconselham.

"Nada de violência. Nossos protestos são pacíficos e legais", afirmam, recordando aos participantes que as "discussões com pessoas que blasfemam são inúteis e devem ser evitadas".