Economia Titulo
Gros quer acabar com subsídios explícitos à exportaçao
Do Diário do Grande ABC
19/08/2000 | 15:54
Compartilhar notícia


O Governo brasileiro quer acabar com as formas explícitas de subsídio às exportaçoes brasileiras até o fim desse ano e adotar o modelo de incentivo utilizado pela maioria dos países, conforme anunciou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Francisco Gros. Prioridade do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, o programa de incentivo às exportaçoes (Proex) vai ser adaptado às regras da Organizaçao Mundial do Comércio (OMC). A principal mudança é quanto às taxas de financiamento que deverao perder os subsídios que levaram o Brasil à condenaçao pela OMC no caso da venda de avioes da Embraer. As taxas a serem praticadas, segundo Gros, deverao ser as do Tesouro Norte-Americano, em torno de 7%.

Para compensar a perda do subsídio nos financiamentos diretos, o Bndes deverá fazer um aporte de capital no Consórcio de Seguradoras de Comércio Exterior. A forma de como o incentivo será feito ainda nao foi definida, disse Francisco Gros. Uma das possibilidades mais prováveis é a participaçao do Bndes na Seguradora Brasileira de Comércio Exterior (SBCE). O seguro à exportaçao cobre o risco de mudanças bruscas na política ou na economia dos países com que as empresas brasileiras mantém relaçoes comerciais.

Gros acredita que a alta procura de empresas por financiamentos é mais um indício de que o Governo Federal poderá cumprir a meta de aumentar as exportaçoes para US$ 100 bilhoes ao ano. Até o fim do primeiro semestre, o Bndes-exim -órgao do banco que financia a exportaçao, havia liberado 40% dos R$ 3,1 bilhoes previstos para 2000. O montante é 50% maior do que o liberado no ano passado.

Outra linha de crédito do Bndes busca financiar empresas que queiram aumentar sua produçao visando o mercado externo. O desembolso total do Bndes em financiamentos, no ano passado, foi de R$ 19,3 bilhoes. Para este ano, é estimado o desembolso de R$ 24 bilhoes. ``As consultas para empréstimos chegam a R$ 25 bilhoes', revelou o presidente da instituiçao.

Para Gros, o caso da Embraer foi determinante para a mudança no Proex, este ano. Ele admitiu que o Governo ``nao foi hábil' ao elaborar o atual programa de incentivo às exportaçoes. ``Vamos olhar para frente e fazer certo a partir de agora', disse Francisco Gros ao comentar a condenaçao do Brasil pela OMC.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;