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Equoterapia de S.Caetano fica só no papel
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
23/03/2005 | 15:14
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Após dois anos e meio de conclusão do Centro Municipal de Equoterapia, Recreação e Lazer Luiz Alberto Castro, o espaço ainda não é utilizado para a finalidade que foi projetado. Em setembro de 2002, o então prefeito Luiz Tortorello inaugurou o centro com a promessa de que serviria de terapia para crianças e adultos com algum tipo de deficiência mental ou motora. Foram gastos R$ 90 mil e o prefeito José Auricchio ainda não deu destinação ao equipamento, situado  no bairro Prosperidade.

O espaço de 6,5 mil m² tem uma arena com arquibancada com capacidade para 300 pessoas e serve vez ou outra para pastagem de um cavalo. O terreno cedido por cinco anos em regime de comodato pela Eletropaulo à Prefeitura está sempre fechado com cadeados, segundo comerciantes locais.

Na época da inauguração, o próprio Auricchio, então diretor de Saúde, divulgou que a área seria utilizada para o trabalho de equoterapia com 45 crianças assistidas gratuitamente pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) da cidade e da Fundação Municipal Anne Sullivan. Mais para frente, seriam abertas vagas para outros moradores da cidade.

O então diretor de Esportes e Turismo e atual vice-prefeito, Walter Figueira Júnior, reforçou também que o espaço seria destinado aos finais de semana para provas eqüestres e aulas de equitação gratuitas. Passaram-se dois anos e meio e nenhuma promessa foi cumprida.

Auricchio diz que é uma prioridade de seu governo dar uma destinação para o local. “Já fiz uma vistoria na área e estamos vendo tecnicamente sua utilização”, limitou-se a dizer no início do mês. Terça-feira, a reportagem tentou obter um retorno do prefeito, mas, até o fechamento da edição, ele não se pronunciou sobre o assunto.

Tangente – Sem o cumprimento das promessas, a Apae de São Caetano inaugurou em outubro de 2003 o próprio centro de equoterapia, o Américo Gomes da Costa. Além dos alunos da Apae, são atendidos no espaço os da Fundação Anne Sullivan. Da Prefeitura, recebeu apenas madeiras e telhas usadas para a construção do centro.

“A cada seis meses, atendemos 30 de nossos 380 alunos gratuitamente, e anualmente 24 da Fundação. Para isso, a Prefeitura paga um valor per capita simbólico de R$ 34,35”, explica a diretora da entidade, Magali de Cássia Rosolem. O restante das vagas na Apae é aberto para a comunidade. Só que, para cada sessão de 30 minutos, é cobrado R$ 50 (valor médio cobrado na região).

A diretora da instituição, Magali, descarta a possibilidade de abrir vagas gratuitas ou a baixo custo a curto prazo para a comunidade. “Nossas despesas de manutenção mensal são altas. Gastamos cerca de R$ 10 mil com nossos três cavalos e equipe multidisciplinar de 10 profissionais. A nossa saída é abrir atualmente ao atendimento particular até conseguirmos posteriormente parcerias”, afirma. A fila de espera da Apae para a terapia é de 200 pessoas.

Cobrança – Camila Serrano, 20 anos, é uma das beneficiadas no Centro de Equoterapia da Apae. “Quando inauguraram o Centro do Prosperidade, matriculei minha filha, só que disseram que o projeto estava parado. Então, no ano passado, consegui a vaga na Apae. Com a equoterapia, Camila ficou mais independente e começou a respeitar mais as regras”, disse a dona de casa Benedita Serrano, 49.



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