Próximos da torre de subtransmissão da Eletropaulo que fica na Travessa Santa Isabel, no Jardim Limpão, em São Bernardo, moradores convivem de muito perto com os riscos de levar um choque de até 80 mil volts.

Para isolar o local, a Eletropaulo começou a levantar um muro de 300 m que vai separar as casas da torre. Alguns moradores terão a entrada e as janelas totalmente fechadas ou diminuídas em 1 m devido à obra.

A autônoma Fátima Soares, 47 anos, mora há 21 anos no local com seus cinco filhos. A porta de sua casa foi fechada ontem e Fátima vai perder a área de serviços. “Não tenho onde pôr a máquina de lavar nem o tanque”, reclama.

Em 2003, a Eletropaulo cercou o local da torre com portões e fez uma espécie de condomínio fechado com sete casas vizinhas. Os moradores cuidavam da conservação do terreno. “Viramos os seguranças da Eletropaulo no período. Fizemos horta comunitária e evitamos que jogassem entulho. Agora vão passar o muro”, diz Fátima.

A dona de casa Cleunice de Sousa, 52, mora no local há 20 anos. Sua caixa d’água fica em frente à casa, no chão. Com o muro bem rente à entrada, Cleunice não sabe o que vai fazer. “Hoje (ontem) tive de lavar a roupa dentro de casa por causa da sujeira. Só que não vai dar para colocar uma caixa d’água dentro de casa”, afirma.

A Eletropaulo informou que, embora tenha ao seu lado a garantia de reintegração de posse, está conversando com a comunidade para tentar acordo. Caso precise derrubar alguma parede, a empresa se responsabilizará pela reconstrução.