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Grafiteiros de Diadema mostram seu trabalho em SP
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
06/07/2005 | 08:32
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Diretamente da periferia de Diadema para as galerias de arte. Convidados do Instituto GTECH, de São Paulo, os grafiteiros Jurandir Martins, o Thug, 24 anos, e Edilson Andreoli, 22, participam da exposição SPray: Tatuagens Urbanas, coordenada pelo artista Iatã Canabrava, reconhecido pelas leituras fotográficas que faz da vida paulistana.

A mostra, com entrada franca, reúne fotografias que retratam a visão do cidadão sobre o universo urbano, passando pelo grafite, pela pichação e pela complexa composição visual da cidade. Antes do evento, iniciado em maio passado, eles participaram de uma expedição pelas ruas da metrópole. Eles, no caso, são nove jovens de diferentes regiões, formações e classes sociais.

Com a supervisão de Canabrava, o grupo fotografou diferentes formas de expressão urbana, como o excesso de informação visual e a plasticidade das marcas nas paredes. Andreoli escolheu como tema o desgaste do grafite. Thug optou pela preservação da natureza no ambiente urbano.

As fotografias foram editadas por Canabrava e pelos participantes. "Olhando os grafites, pude aprender muitas técnicas que certamente levarei para o meu trabalho", afirma Andreoli, que tem em comum com o amigo Thug a preferência pela cor verde e utiliza como principais fontes de inspiração as causas sociais defendidas pelo movimento hip hop. Segundo ele, a participação na mostra está tendo ótima repercussão. "Já recebemos vários convites, não só para trabalhos comerciais, mas propostas de projetos artísticos". Há sete anos grafitando, Andreoli dá aulas em instituições que desenvolvem projetos sociais e, com isso, consegue pagar o curso de Artes Plásticas da Faculdade Paulista de Artes.

No ramo há três anos, Thug faz produção de eventos, decorações e grafites para campanhas institucionais. "É muito difícil, mas dá para sobreviver", explica o grafiteiro que, juntamente com Andreoli, criou o grupo Socidas. "Antigamente, tinha um grupo de pichadores que se chamava sádicos. Nós invertemos a palavra, porque não tinha nada a ver com a gente. Nós somos o antônimo do mal", define Thug, que busca inspiração, principalmente, na natureza.

Mostra - Para o coordenador Iatã Canabrava, o resultado técnico da mostra, que termina em 3 de setembro, não é o aspecto mais relevante para a realização e seleção das fotografias. "Estimulamos olhares, a expressão e a criação desses jovens", resume. Iatã ressalta que o fundamental é decifrar signos e significados mais presentes na metrópole.

A programação cultural do Instituto GTECH, entidade criada pela GTECH Brasil, empresa ligada ao ramo de tecnologia da informação, inclui ainda oficinas, cursos, palestras, workshops, encontros e outras exposições.

SPray: Tatuagens Urbanas - Exposição. Diariamente, das 9h às 18h. No Instituto GTECH - al. Nothmann, 1.029, São Paulo. Entrada franca. Até 3 de setembro.




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