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Megaquadrilha tem ramo em Mauá
Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
13/11/2003 | 23:02
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A polícia encontrou uma ramificação em Mauá de uma perigosa quadrilha formada por criminosos de vários Estados – Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Há indícios de que as armas pesadas do grupo, usadas em várias ações de grande porte este ano no Distrito Federal, podem ter saído da região diretamente para a capital do país e que supostamente seriam fornecidas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Nesta quinta, policiais de Mauá prenderam na Praia Grande, na Baixada Santista, um dos membros da quadrilha.

A conexão regional da quadrilha é um criminoso – cuja a identidade a polícia preserva – que atua no Grande ABC e seria membro da facção criminosa paulista. Ele continua foragido, mas pode ser a chave para confirmar as suspeitas da polícia. “Há indícios de que as armas podem ter vindo daqui para serem utilizadas nos crimes. A quadrilha tem braços em vários Estados do Brasil, mas há um dos membros que atua no ABC que pode ter relação com o PCC. Eles planejavam um grande assalto para o fim do ano em São Paulo”, disse Valdinei Cordeiro Coimbra, delegado-adjunto da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento de Polícia Especializada do Distrito Federal.

Coimbra foi o responsável por levar de Mauá para Brasília o assaltante Antônio Carlos da Silva, 25 anos, o Carlinhos ou Gordo, preso nesta quinta por investigadores do 1º DP de Mauá em uma casa à beira-mar na Praia Grande. Ele é o nono integrante da quadrilha detido.

“No primeiro assalto, ganhei R$ 70 mil e, no segundo, R$ 18 mil. Comprei uma farmácia e uma papelaria em Brasília, mas fugi pra cá com ele (o cúmplice supostamente ligado ao PCC) já que a casa tava caindo em Brasília”, disse. Questionado pelo Diário sobre o cúmplice do Grande ABC e sua ligação com as armas, Gordo desconversou.

O armamento pesado da quadrilha – fuzis, metralhadoras e coletes à prova de bala – foi usado em assaltos a dois bancos (que renderam mais de R$ 700 mil), seqüestro e em uma tentativa de resgate de um dos líderes do grupo de um hospital do Distrito Federal, quando um policial civil foi assassinado.

Segundo os investigadores de Mauá, a prisão aconteceu um mês após agentes da Polícia Civil da capital brasileira terem vindo até a cidade na busca de Gordo e do suposto membro do PCC, que continuaria foragido na região. “Eles obtiveram informações com comparsas que haviam sido presos de que Gordo estaria em Mauá junto a outro comparsa. Quando os policiais de Brasília vieram para cá, há um mês, a dupla conseguiu se esconder, mas recebemos o mandado de prisão e continuamos a investigação”, disse o chefe dos investigadores do 1º DP de Mauá, Agamenon Gonçalves de Jesus.

As informações levantadas levaram os investigadores até uma casa no bairro Vila Caiçara, na Praia Grande. A residência foi alugada pelo cúmplice foragido. Na terceira tentativa e após seis horas de campana, os policiais detiveram Gordo, que teria admitido participar dos crimes.




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