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Sinfônica de Sto.André toca na Sala São Paulo
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
01/12/2001 | 15:13
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Um dos mais nobres espaços para concertos do país, a Sala São Paulo recebe neste domingo, às 17h, a Orquestra Sinfônica de Santo André, para uma apresentação sob regência de seu titular Flavio Florence. Pela primeira vez junto com o grupo estará o violinista alemão Koh Gabriel Kameda. A apresentação faz parte do projeto São Paulo é Um Espetáculo e por isso os ingressos custam R$ 1.

O programa é composto por duas peças: Concerto para Violino, de Korngold (1897-1957), e Petruchka, de Stravinski (1882-1971). Kameda participa da primeira. “Ele é um violinista maravilhoso, de uma sensibilidade tremenda, e que vive uma carreira em ascensão. Já tocou, por exemplo, com a Filarmônica de Israel, de Tókio, a Sinfônica de Berlim, e a Staatskappele de Dresden”, diz Florence. O maestro já teve a oportunidade de regê-lo nessa mesma peça, no México, este ano.

E, apesar de Korngold e sua obra serem pouco executados no Brasil, Florence acredita que o Concerto agrade ao público. “Korngold é ultra-romântico. Talvez se pareça com Strauss, porém mais moderno e com algumas pitadas de jazz. Ele tem uma linguagem sofisticada e ao mesmo tempo fluente, que fala direto ao coração”, afirma o maestro.

Korngold tem uma história interessante. Filho do temido crítico de música de Viena, Julius Korngold, iniciou-se na música ainda criança. Aos nove anos, foi apresentado a Gustav Mahler e, para ele, executou, de memória, sua cantata Gold. Mahler simplesmente sentenciou: “É um gênio!”.

O pequeno Korngold cresceria ainda ostentando o signo de garoto-prodígio, tendo ao longo da vida admiradores como Strauss e Puccini. Ao mesmo tempo, conviveu com a severidade do pai, a quem os mais céticos creditavam a autoria de suas composições.

A certa altura, a oposição a seu nome era tão grande que, em 1934 foi para os Estados Unidos compor trilha sonora para o cinema. De 1935 a 1947 escreveu trilhas para 18 filmes e ganhou duas vezes Oscar de melhor música, com Anthony Adverse (1936) e The Adventures of Robin Hood (1938).

Voltou para a Áustria e permaneceu incompreendido. Regressou aos Estados Unidos, onde morreu em 1957, em Hollywood.




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