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Construtoras adiam lançamentos
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/11/2008 | 07:03
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Nario Barbosa/DGABC


A crise financeira internacional ainda não atingiu as construtoras do Grande ABC. Ao menos não com demissões nem com necessidade de financiamento para dar continuidade às suas obras.

Para a Construtora Di Folco, de São Bernardo, a crise ainda não foi sentida. "Estamos no intervalo entre um lançamento e outro, então não conseguimos sentir seus efeitos", explica Ricardo Di Folco, proprietário da empresa. Segundo Di Folco, a construtora finalizou um empreendimento em julho, antes da crise começar, portanto, e as unidades estavam todas vendidas. Questionado sobre possíveis inadimplências no financiamento dos imóveis, ele afirma que até o momento não teve problemas.

"A única mudança foi que demos uma desacelerada no ritmo de lançamentos por dois motivos: por haver muitos lançamentos no mercado neste momento e porque estamos passando por uma reestruturação interna", diz o empresário, sem fornecer detalhes. O próximo empreendimento será lançado dentro de seis meses. A Construtora Di Folco tem pequeno porte, atua no segmento há 50 anos e vende anualmente cerca de 60 apartamentos.

Conforme explica Rosana Carnevalli, diretora-adjunta do SindusCon-SP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de SP) e proprietária da Construtora Carnevalli, de São Caetano, as empresas do setor mais afetadas pela crise foram as maiores, que têm ações listadas na Bovespa, ou seja, que têm capital aberto. "Na região, como a maior parte das construtoras é de pequeno e médio porte, possivelmente não foram afetadas", acredita.

De acordo com Rosana, a turbulência não afetou o andamento de suas obras. Ela apenas optou por esperar um pouco para realizar novos lançamentos. "Não dá para correr riscos desnecessários. Se o mercado deu sinais de preocupação, como ocorreu com as grandes construtoras do País, que perderam muito com a desvalorização de suas ações, é melhor esperar, e ver como a situação vai ficar".

A Construtora Carnevalli, de médio porte, tem 30 anos de atuação na região e comercializa, anualmente, cerca de 150 apartamentos.

Flávio Aragão, diretor-presidente da Construtora Flasa, de São Bernardo, concorda com Rosana. "O momento é de espera. Temos de acompanhar as ações do governo para verificar se haverá financiamento disponível tanto para o comprador como para o construtor. Sem financiamentos não se tem negócio".

Para Aragão, é importante inclusive se assegurar de que haja crédito para imóveis usados, senão a demanda por novas unidades é reduzida.

A Flasa, construtora de médio porte e tradicional em obras públicas, possui um empreendimento no bairro Nova Petrópolis que terá lançamento adiado de meados de 2009 para somente quando a situação se estabilizar. "Ainda estamos na fase final de projetos, então não tivemos de abrir mão de funcionários".

 




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