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Ruas da região ganham 11,6 mil árvores
Bruna Gonçalves
18/09/2011 | 07:35
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As prefeituras do Grande ABC, ao que parece, acordaram para a necessidade de ampliar as áreas verdes nas regiões urbanizadas. Só neste ano, as administrações municipais plantaram 11.670 árvores de espécies nativas. Além das iniciativas para intensificar a arborização, há a preocupação em fazer mapeamento das plantas existentes nas áreas urbanas e substituir as espécies incompatíveis, que causam danos à fiação ou calçadas, entre outros problemas.

Para o especialista em biologia vegetal da Universidade Federal do ABC Ricardo Augusto Lombello, o Dia da Árvore, celebrado quarta-feira, é oportunidade para reforçar os programas ambientais. Ele ressalta que as administrações precisam planejar e conhecer as áreas verdes das cidades. "Conhecer as espécies, quais podem ser plantadas, quais os locais, contribui para a manutenção e diminui os riscos de quedas causadas pelas chuvas fortes ou ventanias. Além de levantar os locais que precisam receber mais verde."

Segundo Lombello, a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que nas regiões urbanizadas o índice mínimo de área verde por habitante seja de 12 metros quadrados. "Outros estudos apontam que o ideal seria pelo menos três árvores por habitante. Cada município deve estabelecer as metas, levando em conta as características e as possibilidades da cidade."

Em São Caetano, levantamento inédito feito no ano passado apontou 27.866 mil árvores e arbustos plantados na cidade. Destas, 22.217 estão nas vias públicas, sendo que 8.799 significam problemas para a rede elétrica ou calçadas, Até agosto, foram removidas 154 árvores, substituídas por espécies adequadas e nativas.

Entre os locais beneficiados está a Alameda Conde de Porto Alegre, no bairro Santa Maria. A dona de casa Conceição Praça Vicente, 49 anos, explica que a árvore existente em frente à sua casa estava podre. "A Defesa Civil veio e constatou que estava doente. Na época de chuvas e ventanias, havia o medo de que caísse."

Outras duas árvores foram substituídas na Rua Carlos Gomes, no bairro Olímpico. "A árvore estava estourando a calçada. Esperamos não ter mais esse problema, mesmo sabendo que a árvore plantada agora - um ipê - é grande", diz o pedreiro Adailton Ferreira, 54.

A Prefeitura de São Bernardo vai fazer levantamento sobre as espécies da cidade, em pareceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, para traçar projeto de arborização. O objetivo é quantificar o número e o estado de cada planta para depois planejar as substituições das que apresentarem problemas.

Ribeirão Pires realiza mapeamento das espécies existentes nas ruas, que deve ser concluído em outubro. "A estimativa é de temos 30 mil árvores na cidade", explica o secretário de Planejamento Urbano, Habitação, Meio Ambiente e Saneamento Básico, Temístocles Cristófaro.

Outro estudo será sobre a Mata Atlântica. Com verba do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, será aberta licitação nesta semana para levantar as espécies nativas e as que desapareceram ao longo dos anos. " O estudo deve ser feito entre novembro e fevereiro e, em seguida, o resultado será apresentado em um seminário."

Em Santo André, a Prefeitura informou que levantamento aéreo apontou 65 mil árvores, em 1990. Está em andamento um inventário de espécies existentes nas calçadas - 36.306 já foram cadastradas.

 

Programação para o Dia da Árvore tem início hoje na região

 

A Prefeitura de são Bernardo abre hoje as comemorações do Dia da Árvore - quarta-feira -, com o plantio de 20 árvores nativas da Mata Atlântica e a entrega de 400 mudas para a população na Cidade dos Direitos da Criança e do Adolescente, na Fundação Criança (Rua Francisco Visentainer, 804, bairro Assunção), a partir das 11h. Na quarta-feira, das 10h às 16h, haverá a distribuição de 500 mudas na Praça da Matriz.

Em Ribeirão Pires, hoje, a partir das 9h30, o Parque Milton Marinho de Moraes (Rua Major Cardim, 3.110, Estância Noblesse), ganhará 150 mudas de árvores e ainda as margens da Represa Billings receberá limpeza. Durante a semana, será realizada no espaço multicultural - Complexo Ayrton Senna (Avenida Brasil, 193, Jardim Itacolomy), a Semana do Trânsito, que terá oficinas e palestras sobre o meio ambiente.

Em Santo André, haverá quarta-feira o plantio de espécies nativas no Parque da Juventude (Avenida Capitão Mario Toledo, s/nº), a partir das 14h. No mesmo dia, em São Caetano, a Emei Francisco Falzarano (Rua Vanda, 73, Boa Vista) receberá duas árvores frutíferas.

Em Diadema, a área de proteção ambiental localizada entre as ruas Pau-Brasil e Cedros, no bairro Eldorado, a partir das 9h, receberá 500 árvores, entre espécies de jatobá, araribá, aroeira e jequitibá. A Prefeitura de Mauá e Rio Grande da Serra não informaram se há programação.

 

Moradores cobram mais atenção ao verde

 

Moradores ouvidos pela equipe do Diário pedem que as prefeituras preservem e ampliem as áreas verdes, além de intensificarem a manutenção nesses locais. Além disso, responsabilizam parte da população pela degradação.

A dona de casa Joselma Gonçalves, 50 anos, diz que o verde deixa o bairro mais bonito. Há dois meses, a Avenida Jorge Beretta, no Parque Erasmo Assunção, em Santo André, foi arborizada. "Foi só começar a construir prédios que deram um jeito de melhorar."

A desempregada Thais de Souza, 24, avalia que a área verde incentivou a prática de esportes. "Tem morador fazendo até caminhada em torno da praça, depois que plantaram as árvores."

Para o especialista em biologia vegetal da Universidade Federal do ABC Ricardo Augusto Lombello, a arborização urbana só traz benefícios. "Diminui a temperatura, aumenta a absorção de água no solo, melhora a qualidade do ar e a paisagem."

Para Sônia Grunenberg Reis, 40, proprietária de uma ótica em São Caetano, às vezes falta educação e bom-senso. "As pessoas não cuidam das poucas árvores que temos", critica Sônia, referindo-se a uma árvore danificada na Rua Rio Grande do Sul que, depois de pedidos à Prefeitura, foi substituída. "As pessoas passavam e cortavam."

Os moradores também pedem cuidado com as calçadas, muitas vezes destruídas pelas raízes das árvores. "É preciso saber o tipo de espécie que irá plantar. Assim como as podas devem ser feitas regularmente, para que não caiam em períodos de chuvas ou ventanias", diz o contabilista Alceu Rezende de Carvalho.

 

SOS Mata Atlântica distribui sábado mudas nas rodovias

 

Dentro das comemorações do Dia da Árvore, a Fundação SOS Mata Atlântica vai distribuir sábado cerca de 120 mil mudas de pitangueira, espécie nativa, em sete rodovias do Estado. No Grande ABC, a ação será realizada na praça de pedágio do Km 32 da Rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo.

As mudas serão entregues dentro de caixas que servem de suporte e trazem a explicação de como cultivá-las. Os motoristas que passarem pelas cabines receberão também um folder com informações sobre algumas unidades de conservação da Mata Atlântica localizadas próximas às estradas.

As flores da pitangueira são brancas e o fruto, que aparece de outubro a janeiro, pode ser consumido ao natural. Já as folhas possuem propriedades medicinais A árvore atinge entre dois e 12 metros de altura. O nome tem origem tupi e significa vermelha.

A distribuição das mudas, entre 8h30 e 17h, será simultânea e ocorrerá também nas rodovias Anhanguera (Km 26), Ayrton Senna (Km 32), Bandeirantes (Km 39), Castello Branco (Km 18), Dutra (Km 165) e Santos Dumont (Km 60,8).

Antes, no dia 21, a SOS Mata Atlântica distribuirá 3.000 mudas na Avenida Paulista, na Capital, e 7.000 em escolas de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, e Campinas, no Interior.




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