Cultura & Lazer Titulo 'Sombras da Noite'
Tim Burton e Johnny Depp voltam em comédia
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
22/06/2012 | 07:28
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A parceria entre Tim Burton e Johnny Depp já se tornou uma espécie de grife. Com o diretor e o ator reunidos para novo projeto, é esperado um certo tipo de produção que abusa de personagens bizarros e obscuros e de histórias nada convencionais. Apesar de icônica, a união dos amigos não tem obtido bons resultados nos últimos anos, mas não deixa de ser altamente rentável para ambos. Esse parece ser o destino de 'Sombras da Noite', o mais recente longa-metragem dos estranhos companhheiros.

Desta vez, Burton busca inspiração na televisão norte-americana das décadas de 1960 e 1970. Foi nesse período que era exibida a série 'Sombras da Noite', programa trash o bastante para ser um dos preferidos do diretor na infância. Apesar do tom sério do título, o conteúdo dos episódios era bem mais cômico.

O ritmo descontraído é mantido na adaptação para as telonas. A trama traz o aristocrata Barnabás Collins (Depp), herdeiro de uma família britânica que chegou aos Estados Unidos na época da expansão da colônia. O mulherengo rapaz se torna a perdição de Angelique (Eva Green), que não aceita perdê-lo e o amaldiçoa a ser um vampiro, além de trancá-lo em um caixão.

Séculos se passam até que ele se liberte e inicie vingança contra Angelique, agora uma bem-sucedida empresária que comanda a economia da cidade de Collinwood. Com ajuda dos parentes contemporâneos, o vampiro também tenta se situar no estranho mundo de 1972. O conflito de gerações acaba sendo o ponto alto do filme, com destaque para a conversa dos hippies à beira da fogueira e a participação especial do roqueiro Alice Cooper como atração do antiquado baile organizado pelos Collins. Atenção também para a trilha sonora característica dos anos 1970.

Tudo em 'Sombras da Noite' é muito caricato, assim como se tornou o relacionamento de Burton e Depp. O cineasta continua a apostar na fotografia de primeira linha para chamar a atenção. Depp entra na onda visual do projeto e parece descontraído por debaixo da forte maquiagem de Barnabás, porém o papel certamente não está na lista dos personagens marcantes.

O contéudo escrachado faz com que o filme seja divertido o bastante para ser acompanhado por um balde de pipocas. Mas não espere dramas e risadas dignas dos bons (e raros) resultados positivos da parceria. Os tempos de 'Edward Mãos de Tesoura' (1990) e 'Ed Wood' (1994) ficaram para trás e teimam em não voltar.




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