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Avança união do PSDB com Podemos, mas há divergências a superar

Não há mudanças no planejamento após ruídos sobre junção das siglas não prosperar para formatação do Juntos, atesta o tucano Paulo Serra

Wilson Guardia
02/06/2025 | 08:17
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC

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Próximo de realizar sua convenção nacional para mudança de estatuto e traçar novas diretrizes partidárias, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) segue com o planejamento de incorporação com o Podemos, sem mudanças na rota previamente estabelecida. O ato, que vai ocorrer na quinta-feira (5) em Brasília, também terá a escolha da executiva que cuidará da transição e da gestão compartilhada. “Muitas coisas precisam ser debatidas e superadas”, afirmou o presidente estadual do PSDB e ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra, que embarca para a Capital federal na quarta-feira (4).

Há rumores de que a incorporação passa por um momento turbulento, com alas do PSDB trabalhando internamente para que a história de um dos maiores partidos políticos do País permaneça viva e independente. “É positiva a união com o Podemos. Não há mudança de planejamento e nenhuma indefinição”, rechaçou Paulo Serra sobre os ruídos nos bastidores.

“Opiniões divergentes são legítimas e salutares em um momento de construção”, garantiu o presidente estadual.

Procurado, o Podemos, presidido nacionalmente pela deputada federal Renata Abreu, limitou-se a dizer que “não vai se manifestar sobre a fusão neste momento em que as conversas internas dos partidos estão ocorrendo”.

Concretizada a incorporação, inicia-se a construção do Juntos, levando à extinção do PSDB e seu número, o 45. O nome Podemos também será apagado, mas pelas tratativas iniciais, o 20 deverá permanecer.

O novo partido passará a contar com dois prefeitos, nas duas mais maiores cidades do Grande ABC: São Bernardo, com Marcelo Lima (Podemos), e Santo André, com Gilvan Junior (PSDB).

A mudança de nomenclatura e a nova identidade visual têm enfrentado resistência dos mais antigos membros do ninho tucano, que tencionam a corda para que não ocorra a incorporação e seja mantida a imagem e história do PSDB.

No contexto político-partidário, é inegável a representatividade do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, um dos fundadores do PSDB, que diante de sua influência e respeito poderia indicar qual cominho o partido deverá seguir.

Entretanto, FHC, aos 93 anos e de perfil conciliador, não deve, pelo menos publicamente, se manifestar sobre a união das siglas.

“Por motivo de saúde, a agenda do presidente FHC está atualmente restrita a compromissos pessoais, não havendo mais a possibilidade de agendamentos ou atendimentos a solicitações institucionais de qualquer natureza”, pontuou a assessoria de Fernando Henrique Cardoso.


MAIOR DA REGIÃO

Em vias de sair do papel, o novo partido formado a partir do PSDB e do Podemos pode gerar impactos na política nacional e também no Grande ABC. A sigla contaria com dois prefeitos e a maior bancada de vereadores nas sete cidades, superando PL e PT.

Instituído, o Juntos passará a contar com 18 vereadores sendo o único partido a ter representatividade nas sete cidades, caso ninguém migre para outra sigla. Com a soma dos 12 podemistas e seis tucanos, a agremiação superará as 17 cadeiras do PL e as 16 do PT nas Câmaras.




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