Em meio às longas filas de veículos, o prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), reabriu, ao anoitecer desta segunda-feira (16), o antigo acesso ao km 16 da Rodovia Anchieta pela Avenida Lions, no sentido São Paulo, com a inclusão de uma terceira faixa de circulação. Segundo o governo, a via custou cerca de R$ 800 mil do erário, mas o imbróglio ainda está longe de terminar, em decorrência de uma auditoria para apurar possíveis equívocos nas obras do novo acesso, que seguirá fechado, à espera de uma definição que justifique o dinheiro público utilizado ali.

Com a reabertura do acesso ao km 16 da Anchieta, a via antiga voltou a ser nova, e a via nova virou antiga. A entrada foi inaugurada pelo ex-prefeito Orlando Morando (sem partido) no fim de outubro de 2024, como parte de um projeto viário visando melhorar o fluxo de carros pela Avenida Lions, que recebe diariamente 44 mil automóveis nos dois sentidos. A alça estava inclusa no pacote de R$ 27 milhões de investimento anunciado na ocasião.

Entretanto, ao invés de melhorar a vida já complicada do motorista que diariamente sofre com o trânsito, a ligação gerou críticas e ampliou o risco de acidentes. Marcelo Lima também não poupou críticas e, em março, anunciou a instauração de uma sindicância para apurar sobre a aplicação de recursos públicos perante o projeto original, visto que era previsto mais um acesso, desta vez de quem viesse pela Anchieta, sentido São Paulo, para acessar as avenidas Lions e Corredor ABD, que conecta São Bernardo e Diadema.

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Minutos antes de atenuar os transtornos aos motoristas, o acesso ao km 16 passava por alguns procedimentos finais, como limpeza a jato de água e equipe trabalhando em adequações nos postes para iluminação pública. Até que às 17h29, Marcelo Lima começou a retirar os cones a fim de liberar a pista.

“Isso vem para melhorar rapidamente aquilo que as pessoas vêm sofrendo no dia a dia no km 16. Sobre a questão dos recursos, foi empenhado naquele acesso que hoje não tem funcionalidade, foram R$ 32 milhões, entre obras e desapropriação. Cabe a nós do governo estudar muito bem o que foi feito. Já temos um processo administrativo aberto, com técnicos externos, para que possamos apurar o que realmente foi pensado(na gestão anterior)”, disse o prefeito.

Outra medida adotada pela Prefeitura de São Bernardo foi a instalação de balizadores, a fim de organizar o fluxo de veículos na Avenida Lions. Desse modo, quem for a São Paulo, precisa acessar à faixa da direita 380 metros antes, com placas informativas ao longo do trajeto. Enquanto isso, motoristas em direção a Diadema, devem usar as faixas do meio e da esquerda.

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‘FUI ENGANADO’
Quem não ficou de fora sobre a discussão sobre o acesso do km 16 foi o deputado federal Alex Manente (Cidadania), que encaminhou R$ 12,5 milhões em emendas parlamentares para o projeto completo, com as duas alças no local, ao invés de uma única sentido São Paulo, para aliviar o trânsito das regiões do Pauliceia, Taboão e Rudge Ramos. Ao todo, o parlamentar conseguiu aporte de R$ 7,7 milhões para o condutor que vem da Anchieta em direção à Avenida Lions, e R$ 4,8 milhões para quem vem de São Bernardo para a Capital.

“A obra no km16 da Anchieta é uma piada de mau gosto. O projeto original, apresentado por Morando, previa uma alça de acesso da Anchieta em direção ao Taboão e à Pauliceia. Mas trocaram por um novo plano: dois acessos no sentido São Paulo. Fui enganado. É desrespeito com o dinheiro público”, disparou Alex.

Epicentro das críticas, Morando tinha afirmado ao Diário que entregou a primeira etapa da nova alça de acesso para a Anchieta, sentido São Paulo, enquanto que o segundo trecho do projeto, que previa acesso ao bairro Paulicéia, foi contratado e deixado em execução para prosseguimento pela atual gestão da Prefeitura de São Bernardo.