O Grande ABC precisa contar com hospital público de saúde mental para atender ao aumento de casos que já começa a ser registrado. O alerta é do deputado federal Alex Manente (Cidadania), que propõe debate regional para escolher qual das sete cidades deve receber o equipamento. O parlamentar promete destinar até R$ 18,5 milhões em emendas para ajudar a custear o projeto.

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“Dados mostram que problemas de saúde mental estão afastando trabalhadores de suas funções laborais em escala significativa”, apontou Alex, citando reportagem publicada no Diário na segunda-feira. “É preciso abrir o debate com municípios e entidades que possam gerir um hospital regional para atender a esses casos”, completou o parlamentar.

Reportagem do jornal mostrou que somente em 2024 quase meio milhão de trabalhadores precisaram se afastar do emprego por causa de transtornos mentais. A quantidade de licenças por ansiedade cresceu mais de 400% na última década. “Os números desafiam o poder público a empenhar cada vez mais recursos e esforços. É reflexo claro de um problema que não pode mais ser ignorado”, ressaltou o deputado federal.

Alex declarou que a existência de hospital exclusivo para pacientes com problemas mentais impacta positivamente em outros segmentos, pois, além de garantir atendimento especializado, desafoga unidades não habilitadas para tratar de doentes psíquicos. “Quando executado (o atendimento) de maneira adequada, menos se gasta e se tem mais eficiência”, comparou, lembrando, ainda, que falta de socorro adequado eleva o volume de dinheiro público gasto pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com o pagamento de auxílio a trabalhadores afastados.

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O valor total para implantação de hospital regional de saúde mental ainda precisa ser levantado. Alex sugeriu que todas as esferas de governo – municípios, Estado e União – devem ser incluídas na discussão. Ele se compromete a encaminhar R$ 18,7 milhões das emendas parlamentares a que tem direito para ajudar na causa.

“Vamos estudar o projeto, ver quanto ele custa para fazer o repasse”, garantiu. Alex Manente tem à disposição R$ 37 milhões de recursos do Orçamento da União, aprovado na quinta-feira (20). Desse total, 50% têm de obrigatoriamente serem destinados à saúde.

DIÁLOGO

Entre as rodas de conversas para efetivar o projeto do hospital, Alex discutiu com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Caetano. A instituição, que busca parceiros para pôr em prática projeto idêntico, estuda há alguns anos qual o modelo mais adequado à unidade de referência. 

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Na sexta-feira, Dia Internacional da Síndrome de Down, Alex visitou a Apae de São Caetano e se impressionou com a expertise da instituição. “Estão muito avançados no debate desta questão”, disse o deputado.

Conselheiro da Apae são-caetanense, o vereador Caio Salgado (PL), filho do presidente da Associação, Jorge Salgado, confirmou os planos ao Diário. “Ainda não posso dizer 100% do formato, mas parte dele vai ser de demanda aberta e parte de encaminhamento.” O liberal disse que a instituição tem área de 5.000 metros quadrados que pode abrigar o Hospital Regional de Saúde Mental.