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Indicaçao de líder divide parlamento no Ira
Do Diário do Grande ABC
27/02/2000 | 19:00
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O Partido Construçao - importante facçao da coalizao reformista que ganhou as eleiçoes legislativas no Ira - discutirá nesta segunda-feira com líderes de outros partidos o apoio à candidatura do ex-presidente Hashemi Rafsanjani ao comando do Parlamento. O anúncio do diretor da Construçao, Mohammed Atrianfar, surpreende - apesar do apoio a Rafsanjani já ter ocorrido nas eleiçoes de 18 de fevereiro -, porque se trata de um político conservador, numa época em que a maioria dos eleitores deixou claro nas urnas que sonha com mudanças políticas.

Neste sábado à noite, em entrevista à Associated Press, Atrianfar contestou o estigma de conservador que pesa sobre a carreira política de Rafsanjani. Disse que ele é nao apenas um reformista, mas alguém que, por sua influência junto aos extremistas, pode ajudar muito. "Pode desempenhar um papel crucial na proteçao dos interesses nacionais", defende. Atrinfar admitiu, entretanto, que essa opiniao nao é compartilhada pela Frente de Participaçao Islâmica no Ira, outra importante facçao reformista, que se opoe radicalmente à candidatura de Rafsanjani.

A opiniao compartilhada pela Frente e por outros grupos reformistas menores é de que Rafsanjani nao passa de um representante da velha guarda. Por isso, a polêmica ronda a primeira indicaçao informal de um candidato à presidência do Majlis, o parlamento iraniano. Trata-se do terceiro cargo mais alto do país, depois do líder do Supremo e do presidente. Foi exatamente a simpatia dos extremistas por Rafsanjani que o colocou em 30º lugar na lista dos candidatos de Teera. Uma resposta dos eleitores.

O rechaço à indicaçao de Rafsanjani, que foi presidente do Parlamento de 1980 a 1989, quando assumiu uma postura moderada frente aos rumos possíveis em um país dividido pela Revoluçao Islâmica, pode indicar o que está por vir no Ira. Pode significar o anseio por transformaçoes em um tempo mais rápido, de curta duraçao.

Nova composiçao - A coalizao reformista conta agora com 170 dos 290 assentos no Parlamento. Outros 65 serao decididos em uma segunda rodada eleitoral. Os extremistas - que apoiaram Rafsanjani - conquistaram 44 vagas, perdendo o controle do Parlamento pela primeira vez desde 1979, quando o clero muçulmano instaurou a teocracia no país. Já o Partido Construçao e a Frente de Participaçao controlam um número semelhante de assentos.

Irregularidades - Denúncias de fraude encaminhadas por um candidato de Teera que ficou na 31ª posiçao, levaram as autoridades eleitorais a pedirem uma nova contagem dos votos. Segundo o diretor da comissao eleitoral, Mostafa Tajzadeh, a operaçao será concluída em 48 horas. Mas, ele acredita que o pedido de revisao dificilmente mudará o resultado geral.




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