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Possível redução de embarcação revolta moradores do pós-Balsa

Trabalhadores afirmam que balsa de 42 lugares pode ser substituída por uma para apenas 18 carros; empresa responsável não confirma alteração

Tatiane Pamboukian
13/12/2024 | 21:06
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


Moradores de São Bernardo que utilizam a balsa para fazer a Travessia João Basso – pela Represa Billings, entre Riacho Grande e o bairro Tatetos, conhecido como pós-Balsa – temem que a realização do trajeto, que hoje já é demorada, fique ainda mais complicada em breve. Trabalhadores da balsa, que preferem não se identificar, afirmam que há a possibilidade de a embarcação atual, de 42 lugares, ser substituída por uma para apenas 18 carros em cada viagem. 

A travessia hoje demora, em média, de duas a três horas, segundo usuários. Maria Ednalva Galdino, 63 anos, pensionista e vendedora autônoma, que mora há 22 anos no pós-Balsa, depende da embarcação para trabalhar. “Está demorando muito já com essa balsa, imagine com uma menor. Vai triplicar esse tempo. O impacto é grande demais para mim e para outros moradores. Vai virar um caos”, desabafa.

A Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A), operadora da embarcação, apesar de ter sido desestatizada por meio de um leilão em abril, teve que manter a travessia da balsa gratuita por contrato. Questionada pelo Diário, a companhia não respondeu sobre a possibilidade de redução da embarcação e afirmou que “a balsa João Basso passará por manutenção obrigatória exigida pela Marinha do Brasil e o cronograma está em fase de elaboração junto aos órgãos competentes”. A empresa disse ainda que, assim que forem definidas datas para as mudanças, “a comunidade local será prontamente comunicada”.

Outro receio dos usuários da Balsa João Basso é a possível cobrança de taxa pela travessia. Sobre essa questão, a empresa afirmou que “não há discussão sobre a cobrança de taxas por parte da Emae”. 

Administradora da Fazenda Planeta Natureza, no pós-Balsa, há dez anos, Tatiana Bomfim Moreira, 46, conta que ela e outros moradores reuniram-se para coletar assinaturas contra a possível substituição da balsa por uma menor e para pressionar a Emae.

“A manutenção geralmente é feita a cada quatro anos. Sabemos que é preciso, mas era só colocarem uma faixa avisando. Se a balsa de 42 lugares já demora duas horas, imagina uma menor. A outra opção seria pela Imigrantes, mas com R$ 40 de pedágio”, diz.

O deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) conversou, por telefone, nesta quinta-feira (12), com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, e a diretora-presidente da Emae, Karla Maciel, para negociar um melhor cenário. 

“Falei do pleito, para que não houvesse essa manutenção nesse ano por conta das festas. A manutenção é obrigatória, mas poderiam fazer em outro momento, vai estar um caos a balsa com 18 lugares. Se for do mesmo tamanho, não teria prejuízo. Precisa negociar com a Marinha para fazer essas manutenções no próximo ano”, disse.




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