Vereador mais longevo do Grande ABC ao ocupar cadeira na Câmara de Mauá pela primeira vez em 1972, pai de Atila Jacomussi não obteve a reeleição
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Admir Jacomussi (PRD), vereador mais longevo do Grande ABC, não se reelegeu no dia 6 de outubro. Jacó, como é conhecido no meio político de Mauá, obteve 2.205 votos, foi o quarto mais votado de seu partido e ficou com a primeira suplência. O parlamentar acumula na carreira eletiva dez mandatos, dos quais oito seguidos, entre 1972 e 2004. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Obras na gestão do então prefeito Leonel Damo (PV) e por lá ficou até 2008. Voltou à Câmara em 2013, haja vista que seu filho, o atual deputado estadual Atila Jacamussi (União Brasil), ocupou a cadeira por quatro anos na ausência do pai.
“Entrei para a política a convite do ex-prefeito Élio Bernardi, pelo Arena. Antes de aceitar, conversei com meu pai, servidor público, que apoiou (a decisão). Eu tinha 24 anos, era escriturário na Prefeitura e trabalhava na fiscalização de obras”, lembrou Admir.
No entanto, após vencer a eleição, o vereador desempenhou duas funções. “Vereador até 1975 não tinha salário. Então, eu continuava trabalhando. As sessões aconteciam às 20h”, recordou.
Com a aprovação de lei editada pelo então presidente da República Ernesto Geisel, os vereadores começaram a ganhar salários. Mesmo assim, todos poderiam exercer outra atividade, desde que não conflitasse com os trabalhos na Câmara. Foi assim que Jacamussi se aposentou como servidor municipal com carteira assinada. Na época, revelou ao Diário, parlamentar com dois mandatos consecutivos poderia se aposentar com 50% do salário. “Contribuí por anos, mas nunca pude me beneficiar disso, porque eu trabalhava na Prefeitura”, contou o vereador.
Admir Jacomussi foi presidente da Câmara por quatro vezes e ocupou ao longo da vida política todos os cargos da mesa diretora. Ele recordou que, no fim da década de 1970 e início da de 1980, existia apenas uma Lei Orgânica no Estado que valia para todas as cidades. “Sempre fui muito estudioso e conhecia e ainda conheço bem o Regimento Interno e sempre estudo a legislação. Em um congresso em Porto Alegre, Capital do Rio Grande do Sul, com os mais importantes juristas do País, sugeri que cada cidade tivesse sua própria Lei Orgânica”, lembrou o parlamentar, considerado na época um dos precursores do tema.
Apesar de disputar apenas uma vez a Prefeitura de Mauá, em 2009, para ajudar a eleger Atila vereador, Admir garantiu que nunca sonhou em ser prefeito. “Sempre me apeguei ao Legislativo e disputei o Executivo apenas para ajudar meu filho. Apesar de ter feito um excelente trabalho em Obras, sem ter nenhum apontamentos e ter tido uma conduta exemplar, nunca quis a Prefeitura.”
Eleito em 2021 para o décimo mandato, Admir Jacomussi reconhece que contribuiu para o avanço de Mauá. “Criei a lei de anistia que libera aposentados e pensionistas de baixa renda de pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), além de permitir o desmembramento de lotes. A cidade cresceu de forma desordenada e muitos compravam terrenos em duas ou três pessoas, mas não conseguiam separar depois”, comentou.
Por fim, Jacomussi garantiu colocar um ponto final nas disputas eleitorais, mas disse que seguirá apenas com a vida partidária - Admir é atualmente vice-presidente do PRD Mauá. Porém, como a política é dinâmica, pondera que pode existir “alguma vírgula” no meio do caminho. “Sou primeiro suplente. Se algum vereador do meu partido assumir secretaria, o que é improvável que aconteça, ou alguém deixar cargo por motivos outros, eu assumirei”, disse.
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