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Alerta ao setor automotivo
Da Redação
31/10/2024 | 22:02
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As declarações de Jorge Viana devem ser vistas como sinal de alerta pelas lideranças políticas e econômicas do Grande ABC. O dirigente levanta um ponto crucial: ao focar exclusivamente na eletrificação dos veículos, o Brasil pode negligenciar uma estrutura já consolidada no setor de combustão e flex fuel, especialmente no que diz respeito ao etanol. O presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) enfatiza que, enquanto a mobilidade global migra para veículos elétricos, ignorar as particularidades locais – como a alta capilaridade de autopeças e o impacto econômico dessa transição na região do Grande ABC – é uma “furada”.

Com base nisso, surge a necessidade urgente de desenvolver estratégia equilibrada que considere não apenas a inovação, mas também a preservação do setor automotivo nacional. O Grande ABC, um dos mais robustos produtores de autopeças do Brasil, pode ser direta e profundamente afetado pela transição para modelos elétricos. A mudança radical de veículos a combustão, que demandam até 6.000 componentes, para modelos elétricos, com cerca de 600 peças, resultaria em ruptura na cadeia produtiva e, potencialmente, em crise para milhares de empregos locais. As lojas de autopeças e a vasta rede de fornecedores seriam impactados, perdendo relevância e, eventualmente, desaparecendo.

A análise de Viana, corroborada por estudos do Boston Consulting Group, Anfavea e Sindipeças, que apontam que 83% das empresas automotivas defendem o foco nos veículos flex fuel, sublinha que o futuro do setor passa pela busca de um equilíbrio que preserve essa infraestrutura ao mesmo tempo que evolui. Investimentos como os da Toyota em Sorocaba, que aposta na tecnologia híbrida flex, mostram um caminho possível para o Grande ABC. Líderes industriais e políticos das sete cidades precisam adotar postura ativa na defesa de um modelo sustentável que valorize o potencial dos biocombustíveis e da eletrificação, respeitando as características locais e protegendo a economia regional.




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