Prefeito de São Caetano deixa de ir a apresentação de livro que reconta a trajetória de seu padrinho político, cujo legado traiu após assumir poder
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O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), não foi à solenidade de lançamento da biografia de seu padrinho político, Luiz Olinto Tortorello (1937-2004), que reuniu cerca de 400 pessoas na noite de quinta-feira no restaurante 7 Mares. Ele pediu ao vice e vereador eleito Carlos Humberto Seraphim (PL) para representá-lo. Segundo apurou o Diário, o chefe do Executivo alegou incompatibilidade de agenda.
A presença ou não de Auricchio no jantar era motivo de especulação dos participantes do evento de gala. Escolhido por Tortorello para ser seu sucessor no Paço, Auricchio rompeu com o grupo político do aliado assim que tomou posse, em 1º de janeiro de 2005, menos de um mês depois da morte do padrinho, em 17 de dezembro do ano anterior.
A rivalidade entre os correligionários do atual prefeito e do antigo, que comandou a cidade por três mandatos, perdura até hoje. Auricchio foi um dos 58 entrevistados pelos autores de Prefeito Tortorello – Uma Lenda que Governou São Caetano do Sul, Edgar Nóbrega e Marcos Antonio Biffi, mas 11 de seus aliados se recusaram a dar depoimentos por temer represálias.
Um dos documentos do livro reproduz carta enviada por Tortorello à população, em agosto de 2004, na qual indica para ser seu sucessor “um moço, um médico de família tradicional (...) e de muita experiência”: Auricchio. Eleito, o pupilo rompe com o grupo e afasta a maior parte de seus integrantes do poder, inclusive Antônio de Pádua Tortorello, irmão do antecessor.
Entre os convidados, destacaram-se as presenças de várias personalidades da política do Grande ABC. Entre elas o ex e o atual prefeito de Ribeirão Pires, respectivamente Clóvis Volpi e Guto Volpi, pai e filho, ambos do PL. Líder do governo Auricchio na Câmara, o vereador Gilberto Costa (Progressistas) lembrou com saudade de Tortorello, a quem chamou de “eterno prefeito”.
Os quatro filhos do homenageado – Luiz Olinto, Marco Antonio, Marta Cristina e Maria Angelica Capovilla Tortorello – fizeram discursos emocionados lembrando do pai, que, além de político, foi também professor e juiz de direito. Houve apresentações musicais, incluindo canções sertanejas, uma das paixões do prefeito Tortorello.
A família Tortorello nega conflito com o atual prefeito. “O Auricchio tem um desconforto com o meu tio Pádua; nós nunca tivemos. Muito pelo contrário; nós sempre o respeitamos muito”, disse Luiz Olinto ao Diário. O jornal não conseguiu contato com o chefe do Executivo
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