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Aposentado de Diadema celebra 90 anos de ajuda com festa e arrecadação

Josmar Braz Pereira, o Juju, tem sua história atrelada ao assistencialismo e pede como presente doação de cestas básica para Rio Grande do Sul

Renan Soares
16/09/2024 | 08:06
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FOTO: André Henriques/DGABC


Acostumado com gestos de gratidão e solidariedade em sua vida, Josmar Braz Pereira, apelidado Juju, está prestes a completar 90 anos com uma festa especial marcada para o dia 6 de outubro. O evento reunirá amigos e familiares, alguns dos quais ele não vê há décadas, em uma celebração que promete honrar aquilo que o aposentado de Diadema mais fez em sua vida: ajudar. Ao contrário do que é comum em festas de aniversário, Juju decidiu não solicitar presentes para si mesmo, mas sim para quem mais precisa. 

“Eu pedi doações ao invés de presentes. Caso alguém queira contribuir, sugeri que fizessem doações para o Sul. Espero que isso aconteça, ganhar uma cesta básica para doar aos flagelados do Rio Grande do Sul”, afirmou ele. 

O Estado sofreu este ano com fortes chuvas e enchentes. O evento não será aberto ao público, mas ele diz que qualquer pessoa que quiser pode deixar sua doação no local, na Chácara Três Irmãos, na Rua Amélia Eugênia, 520, em Diadema, a partir das 11h. A ideia surgiu de um “profundo sentimento de gratidão” por ter chegado aos 90 anos e pelo apoio recebido ao longo da vida, principalmente após uma infância pobre. 

Nascido em Minas Gerais, ele se mudou para São Paulo com sua família em 1943, em busca de melhores oportunidades. “Morei em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais. Durante a Segunda Guerra Mundial, a situação era difícil: não havia serviços nem dinheiro. Meu pai decidiu se aventurar para São Paulo, que, na época, estava em ascensão. Chegamos aqui em 1943. Mudamos para Diadema (ainda uma vila de São Bernardo), trazendo apenas uma cama, duas cadeiras e um saco de roupas”, contou ele.

A paixão por ajudar os outros sempre esteve presente na vida de Juju. Primeiro nas comunidades de uma Diadema ainda em nascimento, quando iluminava as aulas dos jovens com um lampião, durante a noite. Em 1976, ingressou no Lions Clubs, onde trabalhou por 45 anos, organizando eventos e arrecadando fundos para ajudar pessoas necessitadas. Na época, Juju fazia parte de uma APM (Associação de Pais e Mestres), que arrecadava itens para ajudar pessoas carentes do município. Secretária de uma das escolas da qual o grupo fazia parte se impressionou com a vontade dele de auxiliar o próximo, e foi então que Josmar entrou na organização.

“No início, organizamos festas, como o famoso ‘baile do Lions’, onde éramos responsáveis por reunir pessoas e arrecadar fundos. Com o dinheiro, ajudávamos diversas causas, como os sem-terra, e fornecíamos itens como óculos e cadeiras de rodas para quem precisava”, explicou ele. “Além dos bailes, organizamos feijoadas e almoços para arrecadar fundos. Todo o dinheiro era revertido para ajudar pessoas em necessidade”, relembra. 

Mesmo após se aposentar do Lions no ano passado, ele continua a ajudar de outras formas, sempre mantendo o espírito de solidariedade vivo.

Em paralelo às ações no Lions, o aposentado ainda ajudava igrejas, albergues e lares de crianças, seja com roupas ou com alimentos, enquanto se dedicava ainda a sua carreira profissional, na Aeronáutica, da qual se aposentou nos anos 90. Juju, hoje conhecido em Diadema pela vida voltada ao assistencialismo, reflete sobre suas experiências e a importância de continuar contribuindo para o bem-estar dos outros. “A sensação de poder ajudar quem precisa é uma das melhores experiências da vida. Eu me lembro de quando chegamos a São Paulo e vivemos dificuldades. Ter a chance de ajudar os outros, como eu fui ajudado no passado, é muito gratificante”, finalizou ele, que já perdeu as contas de quantas pessoas auxiliou.




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