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Grande ABC registra 51 mortes e 51 mil casos de dengue no ano

Dados de 2024 acendem alerta para a doença na região, que não teve óbitos em 2023; em três cidades, 4.011 crianças e adolescentes foram vacinados

Thainá Lana
13/09/2024 | 07:49
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FOTO: Divulgação/EBC

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O Grande ABC ultrapassou 51 mil casos de dengue no ano, superando em quase 60 vezes o número total de notificações registradas em 2023. No ano passado, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, foram contabilizadas 859 ocorrências da doença na região – em 2024, até ontem, eram 51.497.

De janeiro a setembro deste ano, foram registradas 51 mortes por dengue nos sete municípios – em todo o ano passado, nenhum óbito foi contabilizada em decorrência da doença. Santo André (16), São Bernardo (11) e Mauá (11), são as cidades com maior número de casos fatais em 2024. Em três meses, as mortes pela doença cresceram 75% – em junho foram contabilizados 29 óbitos.

A médica e coordenadora da equipe de infectologia do Hospital Felício Rocho, Claudia Murta, explica que a alta neste ano em todo o País pode ser explicada por diversos fatores, entre eles a sazonalidade e o aumento dos tipos de vírus em circulação. 

“Em alguns períodos, o vírus se multiplica. Isso acontece principalmente nos meses chuvosos, como no início do ano. Porém o ovo do mosquito, a larva, permanece viável, ou seja, continua viva por diversos meses e pode eclodir e dar origem a novos mosquitos que vão fazer uma maior transmissão da doença nos demais meses”, afirma Claudia.

A especialista reforça que atualmente quatro tipos de vírus estão em circulação no Brasil (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e por conta disso a contaminação aumenta. 

“Se eu pegar a dengue pelo vírus do tipo um, vou ficar imune a esse vírus do tipo um. Mas eu posso ter dengue pelos outros tipos de vírus, o dois, o três e o quatro. Então se a gente tem mais tipos de vírus circulando, há o risco de haver mais casos de dengue, porque as pessoas não vão ter imunidade para os demais. E isso tem acontecido”, diz a médica.

Uma das estratégias para combater a crescente contaminação é a vacinação. Na região, a imunização começou há três meses, em 12 de junho. Até o momento, 4.011 crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos, foram imunizadas. No total, 4.065 doses foram aplicadas durante o período (entre 1° e 2° doses) – apenas 21,6% do total de vacinas recebidas pelos municípios (18.762).

Os dados compreendem apenas três cidades: Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O número de vacinados na região é maior, considerando que as Prefeituras de São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá não divulgaram as informações.

Murta reforça a segurança da vacina oferecida no SUS (Sistema Único de Saúde), chamada Qdenga, e diz que esse imunizante é utilizado em diversos países do mundo e que passou por cinco anos de estudos antes de ser aplicado.

“A baixa adesão pode estar relacionada com o período, porque os casos aumentaram significativamente no começo do ano e reduziram nos meses seguintes. Agora é o melhor momento para se imunizar, porque no começo do ano, período de aumento dos casos por conta das chuvas, as pessoas já terão tomado a vacina e o sistema imunológico já terá produzido anticorpos. É importante destacar que o imunizante protege principalmente contra os casos mais graves da doença, aqueles que precisam de hospitalização”, reforça.

Na região, a vacina contra a dengue está disponível para o público-alvo em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) dos sete municípios.




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