Os moradores da área urbanizada da favela do DER, em São Bernardo, atual Jardim Olavo Bilac, têm CEP próprio há dois meses, mas ainda não fazem parte da área de distribuição dos Correios. Para terem acesso às cartas, dependem exclusivamente da Associação Comunitária, que concentra a correspondência. A população tem de ir até a sede ou pagar taxa mensal de R$ 4 para que cinco “carteiros” entreguem a correspondência.

Como prefere não pagar o serviço, a dona de casa Maria Lúcia Arruda Silva, 55 anos, foi à sede da Associação na manhã de quarta. “É um absurdo ter de correr atrás das minhas cartas desse jeito. As ruas estão boas, não tem motivo para os carteiros não passarem por aqui”, afirma. Ela já contabiliza diversos prejuízos, incluindo o extravio de documentos. Mas é a falta de contato com a família que mais lamenta. “Tenho parentes distantes e não recebi muitas das cartas que enviaram”, diz.

E é a burocracia que emperra a distribuição no bairro. Segundo o gerente de Atividades Externas dos Correios no Grande ABC, Reinaldo Gama de Faria, há falta de funcionários. “Não temos efetivo suficiente para atender às novas áreas”, diz o gerente. Segundo Faria, é preciso aguardar autorização dos Correios em Brasília para realizar qualquer mudança no quadro de funcionários, como remanejamento ou contratação. “Acredito que até o fim deste mês receberemos a resposta”, afirma Faria.

O emplacamento oficial, a cargo da Prefeitura, também não foi realizado. Os próprios moradores ratearam os R$ 78 cobrados para a confecção das placas colocadas nas 17 ruas do novo bairro. De acordo com João Francisco da Silva, 54 anos, vice-presidente de outra associação de moradores, a Futuro Brilhante, é desejo da população local que a Prefeitura instale as placas. “Colocamos sem saber direito onde seria o melhor lugar”, diz. Em nota oficial, a administração diz que ainda aguarda planta de arruamento atualizada da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para instalar as placas.