Setecidades Titulo Em São Bernardo
Ato contra militarização de escolas públicas reúne 200 pessoas

Protesto foi feito na frente do colégio Vladmir Herzog, uma das unidades que estavam na lista de interessadas a aderir ao modelo cívico-militar

Beatriz Mirelle
04/08/2024 | 17:38
Compartilhar notícia
Divulgação


A subsede de São Bernardo da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) promoveu, neste sábado (3), ato contra o programa de escola cívico-militar divulgado pelo Estado. A concentração reuniu 200 pessoas na frente do colégio Jornalista Vladimir Herzog, no Centro. A escolha do local foi por ser uma das unidades que estavam na lista divulgada pela Secretaria Estadual de Educação de interessadas a aderir ao modelo de militarização. Apesar da diretora da escola ter desistido após pressão social, o sindicato afirma que a retirada do colégio do rol ainda não foi formalizada. 

“A polícia serve para dar segurança do portão para fora, não dentro das escolas. Isso desumaniza a educação. Fizemos o ato no portão da Vladimir Herzog porque é uma das escolas que expressou interesse em se tornar cívico-militar. É uma afronta, ainda mais de uma unidade que carrega o nome de uma personalidade que foi  torturada e morta durante a ditadura militar. É uma forma de agredir a memória dele”, comenta o diretor estadual da Apeoesp, Aldo dos Santos, membro da coordenação da subsede de São Bernardo. 

O encontro contou com representantes do Sindicato dos Jornalistas, do Instituto Vladimir Herzog, da Comissão de Justiça e Paz, da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de membros das subsedes da Apeoesp no Grande ABC. 

Ao todo, a Secretaria de Educação divulgou em julho que 15 diretores de escolas públicas estaduais da região manifestaram interesse em aderir ao modelo cívico-militar a partir de 2025. Após pressão da família do jornalista Vladimir Herzog e de organizações da sociedade civil, a direção da Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog informou a desistência da adoção ao modelo.

O diretor estadual da Apeoesp, Aldo dos Santos, afirma que o projeto vai contra a liberdade de ensino e é “anti-pedagógico”.  

“Nós não temos uma publicação oficial da Seduc-SP que indica a retirada oficial da Vladimir Herzog do rol de escolas interessadas. O recuo foi a partir da pressão das instituições, sindicatos, movimentos sociais, impressa, mas queremos que isso seja formalizado para que não fiquemos vulneráveis apenas ao discurso da diretora. Enquanto a hierarquia superior não declinar de fato, não há nenhuma confirmação”, reforça Santos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;