Protesto foi feito na frente do colégio Vladmir Herzog, uma das unidades que estavam na lista de interessadas a aderir ao modelo cívico-militar
A subsede de São Bernardo da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) promoveu, neste sábado (3), ato contra o programa de escola cívico-militar divulgado pelo Estado. A concentração reuniu 200 pessoas na frente do colégio Jornalista Vladimir Herzog, no Centro. A escolha do local foi por ser uma das unidades que estavam na lista divulgada pela Secretaria Estadual de Educação de interessadas a aderir ao modelo de militarização. Apesar da diretora da escola ter desistido após pressão social, o sindicato afirma que a retirada do colégio do rol ainda não foi formalizada.
“A polícia serve para dar segurança do portão para fora, não dentro das escolas. Isso desumaniza a educação. Fizemos o ato no portão da Vladimir Herzog porque é uma das escolas que expressou interesse em se tornar cívico-militar. É uma afronta, ainda mais de uma unidade que carrega o nome de uma personalidade que foi torturada e morta durante a ditadura militar. É uma forma de agredir a memória dele”, comenta o diretor estadual da Apeoesp, Aldo dos Santos, membro da coordenação da subsede de São Bernardo.
O encontro contou com representantes do Sindicato dos Jornalistas, do Instituto Vladimir Herzog, da Comissão de Justiça e Paz, da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de membros das subsedes da Apeoesp no Grande ABC.
Ao todo, a Secretaria de Educação divulgou em julho que 15 diretores de escolas públicas estaduais da região manifestaram interesse em aderir ao modelo cívico-militar a partir de 2025. Após pressão da família do jornalista Vladimir Herzog e de organizações da sociedade civil, a direção da Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog informou a desistência da adoção ao modelo.
O diretor estadual da Apeoesp, Aldo dos Santos, afirma que o projeto vai contra a liberdade de ensino e é “anti-pedagógico”.
“Nós não temos uma publicação oficial da Seduc-SP que indica a retirada oficial da Vladimir Herzog do rol de escolas interessadas. O recuo foi a partir da pressão das instituições, sindicatos, movimentos sociais, impressa, mas queremos que isso seja formalizado para que não fiquemos vulneráveis apenas ao discurso da diretora. Enquanto a hierarquia superior não declinar de fato, não há nenhuma confirmação”, reforça Santos.
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