Setecidades Titulo Memória
Não havia curso superior. Mas havia universitários. Estudavam fora. E criaram um centro acadêmico.

O Centro Acadêmico de São Caetano fez história, seguindo o exemplo da AUSA – Associação dos Universitários de Santo André

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
28/07/2024 | 08:00
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O BAILE DOS CALOUROS

A Orquestra de Silvio Mazzuca queria 50% do cachê adiantado somente para guardar a data do primeiro grande baile promovido pelo centro Acadêmico de São Caetano. 

Os jovens foram para o banco. Conseguiram o empréstimo, pois eram conhecidos de todos, rapaziada do bem. Pagaram os 50% solicitados pela orquestra e fizeram uma coisa que geralmente não acontecia, já que senhoritas não pagavam ingresso, só os cavalheiros: propuseram às damas que cada uma vendesse 40 ingressos. 

Elas seriam as patronesses. Teriam seus nomes no convite. Ganhariam mesas para suas famílias. 

As moças nem deram bola para a quantidade imensa de convites que teriam que vender. Venderam igual água. 

No dia do baile, tinha cambistas na porta do salão vendendo por quatro vezes mais o valor do bilhete. Muita gente ficou de fora. Não conseguiu entrar. O salão superlotado. Um sucesso.

Morisa Garbelotto

Vence a oposição

Texto: Oscar Garbelotto

Década de 1950. Quando ingressei na faculdade existia em São Caetano um Centro Acadêmico “sui generis”. Afinal, não existia na cidade nenhum curso superior. Mas para agregar os muitos estudantes universitários locais, criou-se um centro. Santo André já tinha o seu (a Ausa).

Em São Caetano, o primeiro presidente foi Joaquim Jácome Formiga, eleito deputado estadual anos depois, sendo cassado.

Após dois anos na presidência do Centro Acadêmico, Formiga foi induzido a não mais candidatar-se e a promover eleições. Neste momento, havia uma ala contraria à cartilha de Formiga, articulando-se. A ala era muito forte, mas não demonstrava. Formiga lançou seu candidato ciente da vitória. O resultado foi diferente.

Do grupo contrário faziam parte, entre outros, Paschoal Giardullo, Arnaldo Sante Locoselli, Norberto Victor Barille, Airton Filletti, Gelson Iese, Leopoldo Luiz, Delmo Nicoli e Darmil Garcia Lopes.

Esta oposição venceu por larga margem a eleição, eu presidente e Paschoal Giardullo vice. Uma chapa formada por integrantes de famílias tradicionais de São Caetano.

Novos projetos foram estabelecidos. Afastou-se a política partidária. Passou-se a pensar no bem-estar da cidade, dos jovens, da convivência saudável entre os grêmios secundários, do respeito maior às nossas tradições.

Surgiram grandes realizações, facilitadas com sede alugada no primeiro andar do Cine Max, centro de maior importância local.

Veio o I Baile do Calouro. Criaram-se competições escolares envolvendo o Centro Acadêmico, o Colégio Estadual e o Instituto de Ensino.

O Centro Acadêmico de São Caetano consolidou-se como agrupamento de respeito e passou a ser ouvido pela comunidade como voz séria, atuante, de ação respeitosa, graças à atuação desta nova diretoria.

Norberto Victor Barille foi o presidente seguinte. O grupo continuou coeso, apenas trocando posições na diretoria. 

A partir de 1960, quando o afastamento dos concluintes da universidade era considerado compulsório, o grupo começou a afastar-se. Era o fim de um ciclo vitorioso.

   

Crédito das fotos 1, 2, 3 e 4 – Coleção: Oscar Garbelotto

ACERVO. Garbelotto reservou uma pasta caprichosamente montada com convites de bailes e flâmulas relacionadas ao Centro Acadêmico de São Caetano: vivia-se a virada dos anos 50 para 60

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Quinta-feira, 28 de julho de 1994 – Edição 8764

MANCHETE – Fórum da Cidadania cobra políticos melhores para o Grande ABC. 

Movimento faz propostas para 12 áreas. Na Educação, o alvo foi a criação da Universidade do ABC.

O Fórum surgiu da campanha “Vote no Grande ABC”, criada pelo Diário em janeiro de 1994.

EDITORIAL – Política & Cidadania. 

O ato público previsto para hoje (28-7-1994), às 20h, na Fundação Santo André, é um marco na história recente do Grande ABC.

SÃO CAETANO. Cidade terá indústria vertical no ano 2000. Tendência apontada em estudo ainda não terminado do IMES (a futura USCS) mostrava que São Caetano teria predominância nas áreas de comércio e serviços.

SUPLEMENTO – São Caetano, a cidade plural.

EM 28 DE JULHO DE...

1904 – Visitava o Brasil o bispo de Placência, Itália, monsenhor João Batista Scalabrini, fundador da Congregação de São Carlos.

Os carlistas estimularam a construção de novas igrejas e capelas. Prestaram assistência aos imigrantes italianos. Tiveram atuação destacada em Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires. 

Na Galeria do Cristal, em São Paulo, era inaugurada uma agência de empregos denominada ‘A Cosmopolita’.

1964 - Inaugurado o novo estádio municipal de São Caetano. Remodelado, o antigo ‘Anacleto Campanella’ passava a se chamar ‘Lauro Gomes de Almeida’, em homenagem ao líder político falecido em maio daquele ano.

Em 1989 o estádio voltou a receber o nome do ex-prefeito Campanella. Lauro Gomes não seria esquecido. Passava a ser o nome do complexo poliesportivo em torno do estádio.

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de São Caetano e de Cristais Paulista.

Na Bahia, Campo Formoso, Coronel João Sá.

Gandu, Itabuna, Jacobina, Paulo Afonso, Pedro Alexandre e São Gonçalo dos Campos.

No Maranhão, Pastos Bons e Pindaré-Mirim, 

Em Tocantins, Araguacema e Tocantinópolis.

E mais: Atalaia (PR), Rodrigues Alves (Acre), São José da Lagoa Tapada e São José da Laje (AL).

17º Domingo do Tempo Comum

28 de julho

Tomando os pães e os peixes, deu graças e os distribuiu.

João 6,1-15.

Ilustração: Canção Nova (divulgação)




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