Guarda civil atirou contra um motociclista na madrugada de quinta-feira (6) em Santo André
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Após uma primeira versão da SSP (Secretaria de Segurança Pública) que falava em tentativa de assalto, o GCM (Guarda Civil Metropolitano) Cesar Ulisses Francisco da Silva, 36, acabou sendo preso em flagrante pelo homicídio de Bruno Demarale Sotareli, 19, na última quinta-feira (6), em Santo André. Nesta sexta-feira (7), em audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva.
Na madrugada de quinta, o guarda civil, que iria exercer seu primeiro dia na GCM da Capital, baleou o motorista de aplicativo no cruzamento da Av. Alfredo Maluf com a rua Japão. Por volta das 5h da manhã, Bruno vinha de moto, acompanhado por outros dois homens também em motos, pela rua Japão. Um vídeo gravado por um deles mostra que Bruno realizava manobras, como empinar a moto. Após atravessar um semáforo fechado, ele fica de frente para um veículo – o vídeo corta a imagem neste momento, mas é possível ouvir barulhos de tiros.
De acordo com a polícia e com a decisão da Justiça, a hipótese de roubo foi descartada já que os tiros foram efetuados com a moto de Bruno ainda em movimento, com o condutor usando capacete e, além disso, o autor dos disparos estava dentro do carro com os vidros fechados – não haveria assim como o GCM ter escutado um anúncio de roubo, o que afasta a versão de legítima defesa. Foram disparados três tiros, que atravessaram o para-brisas do carro e acertaram o motociclista na cabeça e no peito.
As investigações usaram não só o vídeo gravado pelos colegas de Bruno como novas imagens de câmeras de segurança, tanto de um posto de combustível quanto da Prefeitura, além de depoimentos de testemunhas.
“Vamos em busca da condenação desse GCM por homicídio doloso e de uma indenização”, disse o advogado que está representando a família de Bruno, Victor Araújo.
“Só queremos justiça. Isso não vai trazer meu filho de volta, mas precisamos de justiça”, desabafou o pai da vítima, Adão Sotareli, 47.
Com base nas provas coletadas, a polícia concluiu que o GCM “assumiu o risco de produzir o resultado” ao disparar contra Sotareli, caracterizando homicídio. A autoridade policial determinou desta forma a prisão em flagrante do guarda pelo crime.
Bruno foi sepultado nesta sexta-feira (7) no Cemitério Curuçá, em Santo André, em clima de muita comoção e indignação. Motoqueiros chegaram a entrar no local e houve queima de fogos em homenagem.
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