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Região registra alta de 70% em mortes no trânsito em fevereiro

Neste ano, Grande ABC teve 17 óbitos, ante 10 no mesmo período de 2023; especialista defende reforço em ações e mudança na infraestrutura

Renan Soares
04/04/2024 | 08:32
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


Durante fevereiro, o trânsito do Grande ABC registrou, novamente, ao menos uma morte a cada dois dias, com quase o dobro do último ano. Segundo dados do InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo), o período contabilizou 17 óbitos na região, ante 10 no mesmo intervalo de 2023, um aumento de 70%. No primeiro bimestre, a alta foi menor, de 13%, passando de 29 no ano passado para 33 nesta temporada. Em janeiro, tinham sido 16 vítimas.

Dos 17 óbitos de fevereiro, 13 foram registrados em vias municipais (76%), sendo que a colisão foi o principal motivador dos casos, com seis, seguida de perto pelos atropelamentos, com cinco. A maioria das vítimas dirigia motocicletas (oito), eram homens (14) e tinham entre 18 e 29 anos (seis casos no total).

Durante o período, apenas São Caetano e Rio Grande da Serra não registraram óbitos. São Bernardo e Santo André apresentaram o maior número, com sete cada, seguidos por Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, com uma cada. O registro de acidentes se manteve estável, passando de 584 para 579, com 1% de queda.

Apesar da alta em relação ao ano passado, o coordenador de Mobilidade Urbana do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), Rafael Calabria, avalia os números como estáveis desde o início da série histórica, em 2015. “Não há uma tendência e diria que é porque não há ações robustas de segurança no trânsito. A engenharia de tráfego ainda é muito incentivadora da velocidade, assim como o formato da via. Temos muito a corrigir”, afirma o especialista.

Para Calabria, o fato de os motoristas ainda serem as maiores vítimas do trânsito tem relação com a agilidade do deslocamento, com mudanças de direção rápidas em alta velocidade, gerando riscos. Ele minimiza o fato de os homens serem o grupo que mais morre no trânsito, por formarem a maioria dos motoristas. O especialista ainda aponta a importância de ações de conscientização não só apenas durante o mês de maio (Maio Amarelo – movimento internacional de respeito ao trânsito), juntamente ao engrossamento do discurso e mudança nas vias.

“Aqui no Brasil temos uma tendência um pouco mais simpática e morna de atenção (nas ações de conscientização). O que temos de fazer é mudar a infraestrutura, que hoje favorece muito altas velocidades e comportamentos inseguros. As campanhas têm de vir junto, para explicar uma nova tendência”, afirma Calabria. “A campanha é importante, mas com a infraestrutura indo no caminho contrário há mais trabalho.”

No acumulado de janeiro e fevereiro, a região registrou 33 óbitos, sendo 23 em vias municipais (69%). A maioria das vítimas dirigia motocicletas (15), eram homens (28) e tinham entre 25 e 39 anos (com 12 mortes no total).

ESTADO

Já o Estado de São Paulo apresentou alta de 12,6% no número de mortes no trânsito em fevereiro, em comparação ao período homólogo. Houve 379 ocorrências no intervalo em 2023. Já neste ano foram registradas 427. Apesar da alta nos casos, o Estado teve estabilidade nos acidentes, passando de 13.446 para 13.412, o que representa diminuição de 0,25%.

Visando conscientizar e orientar motoristas, pedestres e ciclistas, o Estado e a região já preparam série de ações para o Maio Amarelo. A cor do movimento remete ao amarelo do semáforo, que simboliza atenção. Em 2023, ano em que a campanha completou dez anos no Brasil, o tema foi ‘No trânsito, escolha a vida’.


 




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